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Celebridades não aparecem em sessão de Michael
Paula Abdul, Paris Hilton e Will Smith eram das poucas personalidades presentes em exibição de filme "This Is It"
Clima era de histeria, com público vestindo luvas brancas e outros trajes usados por astro pop, que morreu em junho passado
RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES
"É como se o espírito de Michael estivesse aqui", disse, no
tapete vermelho à frente do
Nokia Theatre, o diretor do filme-show "This Is It", Kenny
Ortega, fazendo um gesto circular com a mão para mostrar
que se referia ao vento.
Se era o espírito de Michael
Jackson, ele estava inquieto
desde o começo da tarde de anteontem. Depois de uma semana de sol em Los Angeles, o
tempo fechou para a principal
première -das 17 que aconteceram no mundo, incluindo
São Paulo- do registro dos ensaios da turnê que o músico
preparava antes de morrer, em
junho, aos 50 anos.
Às 15h, enquanto equipes de
TV se instalavam no tapete vermelho, a ventania fazia os lustres sobre o cenário chacoalharem. Equipes de limpeza tentavam varrer as folhas pelo chão
com a mesma eficácia com que
seguranças espantavam os curiosos. Não adiantava tirar do
caminho: folhas e pessoas voltavam pelo outro lado.
O circo ao redor de "This Is
It" foi organizado de última hora. "Ninguém sabia que esse filme ia acontecer tão rápido", explicou uma assessora da Sony.
Em menos de quatro meses,
o material que entraria só nos
extras do DVD sobre a turnê virou o longa em si. Como a data
da première bateu com a da exibição para a imprensa de
"2012", até então o trunfo dos
estúdios para este final de ano,
foi preciso adiar a divulgação
do longa de Roland Emmerich.
Enquanto os seguranças tentavam afugentar as pessoas ao
redor ("Tem de fazer eles circularem", disse um deles a um colega), ao centro das passarelas
vermelhas câmeras tentavam
animar a plateia de luvas brancas enquanto nenhuma das
"celebrities" chegava.
A lista de convidados da Sony
chegava a quase 80 nomes, de
Mike Tyson a Slash, mas, como
num Oscar sem o primeiro escalão, o que mais se ouvia era:
"Ei, aquela ali não é a... Esqueci
o nome!".
Paris Hilton e Paula Abdul
deram autógrafos a crianças
entediadas. O único capaz de
levantá-las, Will Smith, chegou
bem a tempo de não precisar
dar nenhuma entrevista -mas
deixou uma assessora exasperada, parando a cada dois passos para falar com fãs.
Durante toda a sessão, o público aplaudia e assobiava como num show ao vivo -e também gargalhava em momentos
em que Michael estava só sendo Michael, sem intenção de fazer graça.
Uma cena na boca livre ao final deu o tom da organização.
Numa área VIP, onde os irmãos
Jackson eram assediados, um
homem fez um segurança liberar passagem para um casal que
tentava entrar fazia tempo.
"Ele costumava ser o guarda-costas de Michael Jackson",
disse à Folha o segurança,
mostrando que, quando se trata de canalizar influências, Michael continua bem vivo.
A jornalista RAQUEL COZER ficou hospedada
em Los Angeles a convite da Sony
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