São Paulo, quinta-feira, 29 de outubro de 2009

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Celebridades não aparecem em sessão de Michael

Paula Abdul, Paris Hilton e Will Smith eram das poucas personalidades presentes em exibição de filme "This Is It"

Clima era de histeria, com público vestindo luvas brancas e outros trajes usados por astro pop, que morreu em junho passado

RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

"É como se o espírito de Michael estivesse aqui", disse, no tapete vermelho à frente do Nokia Theatre, o diretor do filme-show "This Is It", Kenny Ortega, fazendo um gesto circular com a mão para mostrar que se referia ao vento.
Se era o espírito de Michael Jackson, ele estava inquieto desde o começo da tarde de anteontem. Depois de uma semana de sol em Los Angeles, o tempo fechou para a principal première -das 17 que aconteceram no mundo, incluindo São Paulo- do registro dos ensaios da turnê que o músico preparava antes de morrer, em junho, aos 50 anos.
Às 15h, enquanto equipes de TV se instalavam no tapete vermelho, a ventania fazia os lustres sobre o cenário chacoalharem. Equipes de limpeza tentavam varrer as folhas pelo chão com a mesma eficácia com que seguranças espantavam os curiosos. Não adiantava tirar do caminho: folhas e pessoas voltavam pelo outro lado.
O circo ao redor de "This Is It" foi organizado de última hora. "Ninguém sabia que esse filme ia acontecer tão rápido", explicou uma assessora da Sony.
Em menos de quatro meses, o material que entraria só nos extras do DVD sobre a turnê virou o longa em si. Como a data da première bateu com a da exibição para a imprensa de "2012", até então o trunfo dos estúdios para este final de ano, foi preciso adiar a divulgação do longa de Roland Emmerich.
Enquanto os seguranças tentavam afugentar as pessoas ao redor ("Tem de fazer eles circularem", disse um deles a um colega), ao centro das passarelas vermelhas câmeras tentavam animar a plateia de luvas brancas enquanto nenhuma das "celebrities" chegava.
A lista de convidados da Sony chegava a quase 80 nomes, de Mike Tyson a Slash, mas, como num Oscar sem o primeiro escalão, o que mais se ouvia era: "Ei, aquela ali não é a... Esqueci o nome!".
Paris Hilton e Paula Abdul deram autógrafos a crianças entediadas. O único capaz de levantá-las, Will Smith, chegou bem a tempo de não precisar dar nenhuma entrevista -mas deixou uma assessora exasperada, parando a cada dois passos para falar com fãs.
Durante toda a sessão, o público aplaudia e assobiava como num show ao vivo -e também gargalhava em momentos em que Michael estava só sendo Michael, sem intenção de fazer graça.
Uma cena na boca livre ao final deu o tom da organização. Numa área VIP, onde os irmãos Jackson eram assediados, um homem fez um segurança liberar passagem para um casal que tentava entrar fazia tempo.
"Ele costumava ser o guarda-costas de Michael Jackson", disse à Folha o segurança, mostrando que, quando se trata de canalizar influências, Michael continua bem vivo.


A jornalista RAQUEL COZER ficou hospedada em Los Angeles a convite da Sony

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