São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

CRÍTICA DOCUMENTÁRIO

Longa sobre Elia Kazan revela declaração de amor ao cinema

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Que habilidades um cineasta deve ter? Para quê, exatamente, ele deve ser treinado? Com essas perguntas a servir de norte, Martin Scorsese debruçou-se sobre as imagens e a biografia de Elia Kazan (1909-2003).
"Uma Carta para Elia" é declaração de amor a um ídolo e ao cinema. Scorsese, com esse filme de tom pessoal, quer entender quem foi Kazan. Quer entender como ele chegou a cenas tão perfeitas. Após a imagem de um navio que simboliza a trajetória do imigrante que era Kazan, Scorsese surge na tela para explicar a origem do filme.
Foi com Kazan que ele descobriu que um filme pode conter a vida. Ele conta que, em 1954, assistiu a "Sindicato de Ladrões".
"Aqueles rostos, aqueles corpos, a maneira como o filme se desenvolvia", tudo aquilo comoveu Scorsese. Depois veria "Vidas Amargas". Descobriu coisas que agora partilha conosco.
Partilhar. É isso que transforma esse filme modesto num filme tão emocionante. Scorsese não quis ser criativo. Ele, simplesmente, fala sobre os filmes de Kazan e, por meio de imagens de arquivo, deixa-o falar. Acusado de denunciar colegas durante o Macarthismo, Kazan morreu sentindo-se pária. Scorsese nos mostra que deixou as marcas da arte que engrandeceu atrás das câmeras.

UMA CARTA PARA ELIA

DIREÇÃO Martin Scorsese, Kent Jones
QUANDO hoje, às 15h, na Faap; segunda (1º/11), às 22h20, no Cine Livraria Cultura; dia 3/11, às 21h10, no Cinesesc, e dia 4/11, às 20h10, no Belas Artes
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ótimo


Texto Anterior: Justiça libera exibição de "Luz nas Trevas"
Próximo Texto: Crítica/Comédia: Com serenidade budista, "Tio Boonmee" oferece experiência transcendente
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.