|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CRÍTICA DOCUMENTÁRIO
Longa sobre Elia Kazan revela declaração de amor ao cinema
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
Que habilidades um cineasta deve ter? Para quê,
exatamente, ele deve ser treinado? Com essas perguntas a
servir de norte, Martin Scorsese debruçou-se sobre as
imagens e a biografia de Elia
Kazan (1909-2003).
"Uma Carta para Elia" é
declaração de amor a um ídolo e ao cinema. Scorsese, com
esse filme de tom pessoal,
quer entender quem foi Kazan. Quer entender como ele
chegou a cenas tão perfeitas.
Após a imagem de um navio que simboliza a trajetória
do imigrante que era Kazan,
Scorsese surge na tela para
explicar a origem do filme.
Foi com Kazan que ele descobriu que um filme pode
conter a vida. Ele conta que,
em 1954, assistiu a "Sindicato de Ladrões".
"Aqueles rostos, aqueles corpos, a maneira como o filme se desenvolvia", tudo
aquilo comoveu Scorsese.
Depois veria "Vidas Amargas". Descobriu coisas que
agora partilha conosco.
Partilhar. É isso que transforma esse filme modesto
num filme tão emocionante.
Scorsese não quis ser criativo. Ele, simplesmente, fala
sobre os filmes de Kazan e,
por meio de imagens de arquivo, deixa-o falar.
Acusado de denunciar colegas durante o Macarthismo, Kazan morreu sentindo-se pária. Scorsese nos mostra
que deixou as marcas da arte
que engrandeceu atrás das
câmeras.
UMA CARTA PARA ELIA
DIREÇÃO Martin Scorsese, Kent
Jones
QUANDO hoje, às 15h, na Faap;
segunda (1º/11), às 22h20, no
Cine Livraria Cultura; dia 3/11, às
21h10, no Cinesesc, e dia 4/11, às
20h10, no Belas Artes
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ótimo
Texto Anterior: Justiça libera exibição de "Luz nas Trevas" Próximo Texto: Crítica/Comédia: Com serenidade budista, "Tio Boonmee" oferece experiência transcendente Índice | Comunicar Erros
|