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FOCO
"Cinema de hoje não tem nada a dizer", afirma Alan Parker
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO
O britânico Alan Parker,
72, está no Brasil pela quarta
vez. Mas não vai fazer o que
mais gostaria: ver um jogo de
futebol. "Sou fanático. O que
cria uma paixão por seu país.
Quando me convidam para
vir ao Brasil, sorrio e só consigo pensar em coisas boas."
Seu compromisso aqui será julgar os longas mais bem
votados pelo público da Mostra. "Serão de dois a três filmes por dia a partir de sábado. O tempo é curto", diz.
Diretor premiado em Cannes por "Asas da Liberdade",
em 1984, também participa
hoje de um debate após a exibição de três de seus filmes.
"As coisas mudaram muito. Por 20 anos, pudemos fazer filmes pessoais e sérios,
com bom público. Hoje não.
Os filmes são apenas efeitos
especiais, sem nada a dizer."
Os intervalos entre seus
projetos estão maiores. Seu
mais recente longa é "A Vida
de David Gale", de 2003. Mas
está longe de se aposentar.
"Os filmes não me enchem
mais tanto de prazer. Você se
acostuma a ficar em casa.
Mas ainda quero dirigir."
Não pensa em chegar à
marca do português Manoel
de Oliveira, que filma aos 101
anos. "Acho maravilhoso. E
completamente bobo."
Ele vê um momento ruim
para o Reino Unido. "O governo só está interessado em
negócios e dinheiro."
Mas está otimista: "Nosso
último governo de direita foi
o de Margaret Thatcher. A sociedade lutava contra o poder, e o cinema melhorou.
Afinal, é uma via fantástica
para se manifestar."
ALAN PARKER
QUANDO hoje, às 17h20, "O
Expresso da Meia-Noite"; às
19h40, "Bugsy Malone - Quando
as Metralhadoras Cospem"; e, às
21h40, "Pink Floyd - The Wall", no
Unibanco Arteplex 2, sessão
seguida de debate com o diretor
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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