São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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FOCO

"Cinema de hoje não tem nada a dizer", afirma Alan Parker

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO

O britânico Alan Parker, 72, está no Brasil pela quarta vez. Mas não vai fazer o que mais gostaria: ver um jogo de futebol. "Sou fanático. O que cria uma paixão por seu país.
Quando me convidam para vir ao Brasil, sorrio e só consigo pensar em coisas boas." Seu compromisso aqui será julgar os longas mais bem votados pelo público da Mostra. "Serão de dois a três filmes por dia a partir de sábado. O tempo é curto", diz. Diretor premiado em Cannes por "Asas da Liberdade", em 1984, também participa hoje de um debate após a exibição de três de seus filmes.
"As coisas mudaram muito. Por 20 anos, pudemos fazer filmes pessoais e sérios, com bom público. Hoje não. Os filmes são apenas efeitos especiais, sem nada a dizer." Os intervalos entre seus projetos estão maiores. Seu mais recente longa é "A Vida de David Gale", de 2003. Mas está longe de se aposentar.
"Os filmes não me enchem mais tanto de prazer. Você se acostuma a ficar em casa. Mas ainda quero dirigir." Não pensa em chegar à marca do português Manoel de Oliveira, que filma aos 101 anos. "Acho maravilhoso. E completamente bobo."
Ele vê um momento ruim para o Reino Unido. "O governo só está interessado em negócios e dinheiro."
Mas está otimista: "Nosso último governo de direita foi o de Margaret Thatcher. A sociedade lutava contra o poder, e o cinema melhorou. Afinal, é uma via fantástica para se manifestar."

ALAN PARKER

QUANDO hoje, às 17h20, "O Expresso da Meia-Noite"; às 19h40, "Bugsy Malone - Quando as Metralhadoras Cospem"; e, às 21h40, "Pink Floyd - The Wall", no Unibanco Arteplex 2, sessão seguida de debate com o diretor
CLASSIFICAÇÃO 14 anos


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