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Comida
Das arábias
Em visita a empórios árabes, chefs explicam o que são e como usar ingredientes como o moghrabie e o kishk
JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL
Passe em um empório árabe
e dê uma espiada mais atenta,
não nas tentadoras latas de pistache nem nas caixas de doces
que parecem talhados à mão,
mas naqueles produtos de nomes praticamente impronunciáveis para quem não é de família árabe. Moghrabie, kishk,
jallab? Na dúvida sobre o que
são e para que servem esses ingredientes, o melhor é recorrer
a quem entende do assunto.
A Folha convidou para uma
visita a lojas especializadas
duas mulheres que conduzem
as cozinhas de respeitáveis restaurantes paulistanos de comida árabe: Leila Kuczynski, do
Arábia, e Xmune Isper, do Tenda do Nilo, ambas de origem libanesa -a cozinha árabe no
Brasil foi trazida principalmente por sírios e libaneses.
Acostumada a desfazer equívocos até sobre a geografia do
Líbano, Leila brinca que seu
restaurante é uma casa da cultura. "Somos um consulado,
porque perguntam de tudo
aqui. Na medida do possível
nos incumbimos desse papel."
Entre os produtos garimpados pelas chefs e estampados
nesta página, estão desde temperos difundidos no país e essenciais nos pratos de origem
árabe, como a pimenta síria e o
zaatar, até ingredientes mais
desconhecidos, como o kishk
(um tipo de farinha à base de
trigo e coalhada) e o moghrabie
(bolinhas feitas de semolina).
"Até um tempo atrás, não havia moghrabie industrializado.
Era feito em casa pelas famílias
tradicionais. Fazia-se a bolinha
à mão. Dava um trabalho!",
conta Leila.
Um dos produtos campeões
de dúvida entre aqueles que
não fazem parte da comunidade árabe, mas freqüentam o
Saddi Center, um empório nos
Jardins que vende produtos
importados de países como Líbano, Síria e Turquia, é o kishk.
"É uma comida forte, própria
para o inverno. Vai bem numa
sopa com carne moída e cebola.
Depois de engrossá-la com o
kishk, podem-se jogar uns quibes dentro", explica Xmune.
Leia receitas que levam esses produtos
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