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Livro vê força da contracultura nos filmes dos EUA
Sai no Brasil obra que investiga como Coppola, Scorsese e outros criaram longas na contramão da Velha Hollywood
"Easy Riders, Raging Bulls", do jornalista americano Peter Biskind, é de 1998, mas só agora ganha tradução para o português
RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL
É ilustrativa a história de
Norman Taurog, que, quase cego, dirigiu "Canções e Confusões" (1967), com Elvis Presley.
Nos anos 60, diretores de cinema mal davam palpites na rede
de egos e produções de Hollywood. Só seguiam fórmulas.
Até surgir a geração que subverteu as regras da indústria cinematográfica dos EUA. Ainda
em 1967, houve um sinal de
mudança -quando, em "Bonnie e Clyde", o casal central encontrou a morte numa rajada
de tiros em vez do final feliz.
Warren Beatty, Francis Ford
Coppola e Martin Scorsese são
alguns dos protagonistas da reviravolta descrita em "Como a
Geração Sexo, Drogas e Rock'n"
Roll Salvou Hollywood: Easy
Riders, Raging Bulls", de Peter
Biskind. A obra seminal sobre a
influência da contracultura nos
filmes americanos é de 1998,
mas só agora sai no Brasil.
Os filmes citados no título
-"Easy Rider" é o nome original de "Sem Destino" (1969), de
Dennis Hopper; "Raging Bull" é
"Touro Indomável" (1980), de
Scorsese- representam, para
Biskind, o começo e o fim da
chamada Nova Hollywood.
"Antes, mesmo bons diretores como John Ford cumpriam
o papel esperado pelos estúdios, de entreter. "Sem Destino"
marca o momento em que se
passou a buscar o estilo pessoal,
artístico", diz o autor à Folha.
Os estúdios estavam cada vez
mais desconectados do público
jovem. Filmes como "My Fair
Lady" (1964) e "A Noviça Rebelde" (1965) faziam sucesso,
mas geravam imitações caras e
fracas nas bilheterias. Com isso, a indústria perdeu dinheiro
e abriu espaço para grupos dispostos a correr riscos com filmes de baixo orçamento. "Sem
Destino" custou US$ 500 mil e
rendeu quase US$ 20 milhões.
A ele se seguiram longas como "O Poderoso Chefão"
(1972), de Coppola, e "O Exorcista" (1973), de William Friedkin. Antes da metade da década, obras marcadas pela contracultura já eram "mainstream" -com direito a intrigas
de ego (leia ao lado).
Mas, quando "Touro Indomável" estreou, a regra tinha
voltado a ser exceção. Elogiado
pela crítica, o longa fracassou
na bilheteria -efeito do caminho aberto por Steven Spielberg, com "Tubarão" (1975), e
George Lucas, com "Star Wars"
(1977). A novíssima Hollywood, calcada nos blockbusters, parecia um velho filme.
COMO A GERAÇÃO SEXO, DROGAS E ROCK'N" ROLL...
Autor: Peter Biskind
Tradução: Ana Maria Bahiana
Editora: Intrínseca
Quanto: R$ 44,90 (502 págs.)
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