São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2000

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MUNDO GOUMERT

Pizzaria Dona Veridiana tira o fôlego da clientela



JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA


N o meio de tanto restaurante de flat igualzinho, é de tirar o fôlego a pizzaria Dona Veridiana, aberta em novembro em Higienópolis.
Claro, o importante é a qualidade da pizza, dos vinhos... Mas aqui é inevitável começar pelo impacto visual da casa. Ele explica em boa parte por que a Dona Veridiana já vive superlotada com gente que não se importa em ficar duas horas de pé aguardando um lugar.
E lugar ali não falta. São três andares dispostos em meios-pisos. O pé-direito alto, com as tesouras aparentes e jiraus suspensos no bar da entrada, contrasta com o subsolo, onde pequenos nichos de tijolos abrigam as mesas em espaços mais recolhidos.
Não bastasse a beleza do trabalho arquitetônico, que combinou restauração arquitetônica com uma cenografia marcante, o lugar também é histórico por outro motivo. Uma das casas incorporadas no restaurante abrigou, nos anos 60, o João Sebastião Bar, reduto de boemia e de boa música nos primórdios da bossa nova.
Um dos proprietários do Dona Veridiana representa essa junção da música e da gastronomia. Roberto Loscalzo, 57, foi, nos anos 60 e 70, dono das casas noturnas Tontom (da rua Nestor Pestana) e Mau-Mau. Hoje também é dono da pizzaria Via Blu, outra bela cenografia. São seus sócios no Dona Veridiana José Ricardo Namura, 54, e o arquiteto Eduardo Rocha Franco, 44, autor do projeto.
Para atender a enxurrada de clientes, os fornos de lenha não param. Deles sai uma pizza de massa mais para fina e que ainda não alcançou o ponto de equilíbrio; não é crocante, mas também não é fofa e macia como as tradicionais de massa grossa. As coberturas têm bons ingredientes: exemplo é a linguiça calabresa caseira, seca no sol; e os tomates secos, assados no calor da lenha.
Além das pizzas tradicionais, as de abobrinhas (ou berinjela) na brasa com molho de tomate e ricota, ou de fundos de alcachofra com mozzarella, são oferecidas à boquiaberta clientela.


Cotação: $$ Avaliação: regular



Restaurante: Dona Veridiana (r. Dona Veridiana, 661, Higienópolis, tel. 0/xx/ 11/259-1443)
Horário: diariamente, das 18h até o último cliente
Ambiente: exuberante, dois antigos casarões restaurados, em três andares Serviço: um pouco estabanado, na correria
Cozinha: pizzas de massa fina, ainda em busca do ponto
Quanto: entradas e saladas, de R$ 3 a R$ 16; pizzas, de R$ 12 (individual) a R$ 26 (grande); sobremesas, de R$ 5 a R$ 7




$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  

HI PIN SHAN
Matriz tem menos movimento
Enquanto no almoço do shopping D&D o restaurante Hi Pin Shan fica lotado, o mesmo não acontece com sua matriz, numa paralela da avenida Santo Amaro (r. Dr. Ivo Delfine Frasca, 95, tel. 0/xx/11/3845-7167). Talvez o pessoal da Vila Olímpia não tenha ainda percebido a proximidade do local, ou a geração Internet ache que chique mesmo é japonês. Mas a boa cozinha chinesa do Hi Pin Shan continua lá. Mesmo com a inabilidade dos garçons para destrinchar um pato que vem inteiro à mesa, o fato é que o sabor da ave, em molho denso, continua valendo a pena.

RÉVEILLON
Fazenda tem menu de última hora

Às vésperas de inaugurar oficialmente, o hotel da Fazenda Capoava, em Itu (tel. 0/xx/11/4023-0903), receberá seus primeiros hóspedes durante o réveillon. Seus 25 chalés ficam em meio a 50 alqueires de vegetação nativa, e a sede foi construída por bandeirantes no século 17. A ceia, preparada pela chef Carmem Yamato, inclui pernil de vitelo ao molho de alecrim e tâmaras, arroz selvagem com castanhas, tender com molho de jabuticabas e robalo com molho de maracujá.


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