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CRÍTICA
Ricky Martin cai no samba no Olympia
MARCELO RUBENS PAIVA
especial para a Folha
Ricky Martin, 24, três discos lançados, mais de 2 milhões de cópias
vendidas em todo o mundo, ator
da minissérie ``General Hospital''
da TV norte-americana e futuro
ator da Broadway no musical ``Le
Miserables'', estoura no Brasil.
Seu último disco, ``A Medio Vivir'', vendeu 200 mil cópias. A música ``Maria'', da abertura da novela ``Salsa e Merengue'', é o hit do
verão.
O moço é bonito pra daná! Dança como Elvis e Travolta. Canta direitinho, é chique -veste-se como
um galã com roupas de Giorgio
Armani e Jean Paul Gaultier. No
seu último show, no Olympia, mudou de roupa cinco vezes. O broto
faz do palco sua passarela. É simpático, fala em português ``e aí,
cara, como é que é?''
Que cara?! 98% eram de meninas. 97% delas apaixonadas por
Ricky. 96% delas largariam tudo
para viver em Porto Rico com ele.
95% delas eram crianças quando
o mesmo Ricky dava seus primeiros passinhos e gritinhos com os
Menudos -por sinal, era o mais
baixinho e sem graça deles.
``Un, dos, tres, un pasito pa'delante, Maria, um, dos, tres, un pasito pa'atras...''
A frase lembra a de Lenin, sim,
aquele revolucionário russo (``recuar um passo para avançar
dois''). No mundo globalizado,
que Lenin que o quê?!
Ricky Martin, o latin lover, o irresistível, num Brasil que, há décadas, está ``acostumbrado'' com a
ingerência do castelhano na voz de
vários ídolos -Julio Iglesias é um,
``como no''!?
Mas Lenin, sim. Duas bandeiras,
uma delas vermelha, serviam de
adereços para a banda, que entrou
marchando como se partisse para
a guerra. Ao abrir o show, a palavra em evidência era ``revolución''. Uepa?!
Que Lenin que nada! ``Voy a disparar a tu soledad, salvar tu corazón, es una revolución...'' É da música ``Revolución'', de seu CD. É
sobre o amor. Ah, bom.
No meio do show, Ricky reclama
que o mundo está cada vez pior e
que precisamos fazer algo. Não é
lindo? De óculos escuros e um
bronze do Caribe, avisa: ``Vou
deixar meu corpo e minha alma no
palco, tá legal?''
``Só queremos o corpo!!!'', gritam as mais assanhadas. Seu show
é uma catarse feminina. A platéia
grita, chora e dança. Quando o
moço vira de costas e rebola o traseiro, um terremoto.
Ricky termina o show com a bateria e mulatas da Rosas de Ouro,
tradicional escola de samba paulistana. Ensaiou passos de samba,
tocou tamborim, desejou a todos
bom Carnaval e se foi ``a medio vivir'' (de bem com a vida).
Segundo sua assessoria, as mais
apaixonadas podem vê-lo desfilar
na Portela, no Carnaval do Rio
deste ano. Vai arrebentar!
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