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MEMÓRIA
Sueca vendeu 120 mi de livros
Astrid Lindgren, "mãe" de Píppi, morre aos 94
DA REPORTAGEM LOCAL
Píppi Meialonga, uma das grandes personagens da literatura infantil do século 20, está órfã de
vez. A criança de cabelos cor de
cenoura, que não tinha pai, nem
mãe, perdeu sua criadora.
Morreu anteontem, em Estocolmo, aos 94 anos, a escritora Astrid
Lindgren, autora de mais de 80 livros, traduzidos para 70 idiomas.
Embora dona de vendagens discretas no Brasil, Lindgren pertencia ao clube dos grandes best-sellers mundiais, com mais de 120
milhões de exemplares vendidos.
Sua obra-prima era a primeira
historieta de Píppi Meialonga,
que foi reeditada no Brasil no ano
passado pela Companhia das Letrinhas ("Píppi a Bordo", outra
obra com a personagem, deve ser
lançada pela editora em maio).
Escrito em 1945, "Píppi Meialonga" conta as travessuras da
menina de 9 anos que vivia em
um bosque com um cavalo e um
macaquinho, e que se defendia
dos meninos mais velhos, dos
bandidos, enfrentava um touro a
unha e fazia suas próprias (extravagantes) roupas e comidas.
"Ela não tinha mãe nem pai, e
isso era, claro, muito legal, porque
não havia ninguém para mandar
ela para cama bem quando ela estava se divertindo mais...", é como
começa o livro.
A influência da escritora não rodava apenas sobre assuntos literários ou educacionais. Lindgren
era uma das pessoas mais influentes também na política e na economia suecas e foi eleita, em 1999,
como a grande personalidade do
país no século 20.
(CASSIANO ELEK MACHADO)
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