São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004 |
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FILMES/LANÇAMENTOS Diferentes rotações
Durval Discos Direção: Anna Muylaert Produção: Brasil, 2002 Lançamento: Europa Filmes. O casting é o grande acerto da produção, especialmente o ator Ary França. Ele e seu personagem, o Durval do título, seguram o espectador do início ao fim. Durval é uma dessas vidas que, a meio caminho, meteram-se num buraco sem dele não mais conseguir sair. No "lado A" da fita, tudo, a começar pelos diálogos, gira em falso, em torno do vazio, da estagnação: a relação de Durval com a mãe (Etty Fraser), com a amiga doceira (Marisa Orth), seu negócio obsoleto (uma loja de LPs), a decadência de seu bairro e de toda uma era (um tema subjacente ao filme não deixa de ser a decadência da própria MPB). No lado B, muda-se a rotação. A diretora Muylaert engrena uma trama em torno do aparecimento de uma criança, trama que soaria supérflua se dela não se tirasse proveito para se trabalhar um pouco mais os personagens e sedimentar sua relação sob novas bases. As participações especiais na loja atravancam um pouco essa evolução da narrativa, mas não há dúvida de que é de produções pequenas e despretensiosas como esta que o cinema brasileiro precisa. (TIAGO MATA MACHADO) Texto Anterior: Copião: Fernando dispensa Nicole Próximo Texto: Submersos Índice |
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