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"Metrópoles" é tema do 1º volume da Coleção Folha de fotografia
No domingo, por R$ 14,90, leitor leva Folha, livro e uma caixa decorativa
DA REPORTAGEM LOCAL
"Metrópoles", o primeiro volume da "Coleção Folha Grandes Fotógrafos", chegará no domingo às bancas. Com imagens
históricas realizadas nas cidades de Paris, Nova York e Londres entre 1932 e 1993, o volume traz obras dos franceses
Henri Cartier-Bresson, Robert
Doisneau, Willy Ronis e Elliott
Erwitt, além do polonês Alfred
Eisenstaedt.
A cidade de Paris no período
entre as duas grandes guerras
foi palco dos movimentos de
vanguarda artística que mudaram profundamente a forma do
homem pensar, agir e se representar na arte. No campo da fotografia, com a invenção das câmeras portáteis -mais leves e
com filmes mais rápidos-, foi o
momento em que os fotógrafos
ganharam as ruas para captar
flagrantes nos quais as expressões genuínas e não posadas
passaram a revelar uma sensibilidade até então impossível.
A fotografia "Atrás da Estação Saint-Lazare" (1932), de
Cartier-Bresson, na página 16
do volume, é o símbolo maior
dessa nova fotografia: um homem salta uma poça d'água.
O disparo da Leica o flagra no
ar, frações de segundo antes de
seu pé esquerdo destruir o espelho d'água que reflete em
perfeição a cena. Esta foi a imagem que levou o fotógrafo francês a criar o conceito do "momento decisivo", o instante
exato, que não se repete, em
que o mundo entra em total
harmonia no visor da câmera.
Para captá-lo o fotógrafo deve
ter a paciência zen de esperar e
colocar "na mesma linha de mira o olho, o coração e a mente".
"Metrópoles" traz mais desses momentos decisivos, pautando o fotojornalismo a partir
de então, como nos históricos
beijos fotografados por Eisenstaedt e Doisneau, editados um
ao lado do outro no volume. A
imagem de 1945, do polonês,
flagra um marinheiro dando
um beijo ardente numa enfermeira em plena Times Square,
em Nova York, comemorando
o fim da guerra.
Já "O Beijo do Hotel de Ville", de Doisneau, ajudou a criar
a imagem da Paris romântica
para várias gerações. Tido por
muito tempo como um autêntico flagrante, desiludiu muitos e
inflamou debates acerca das
imagens construídas pela mídia quando um idoso casal veio
a público, nos anos 90, dizendo
que eles haviam posado a pedido de Doisneau. A única cópia
existente da imagem com o selo
e a assinatura do fotógrafo foi
vendida num leilão, anos depois, por 155 mil a um colecionador suíço. A força da imagem
se sobrepôs à polêmica.
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