São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Índice

"Metrópoles" é tema do 1º volume da Coleção Folha de fotografia

No domingo, por R$ 14,90, leitor leva Folha, livro e uma caixa decorativa

DA REPORTAGEM LOCAL

"Metrópoles", o primeiro volume da "Coleção Folha Grandes Fotógrafos", chegará no domingo às bancas. Com imagens históricas realizadas nas cidades de Paris, Nova York e Londres entre 1932 e 1993, o volume traz obras dos franceses Henri Cartier-Bresson, Robert Doisneau, Willy Ronis e Elliott Erwitt, além do polonês Alfred Eisenstaedt.
A cidade de Paris no período entre as duas grandes guerras foi palco dos movimentos de vanguarda artística que mudaram profundamente a forma do homem pensar, agir e se representar na arte. No campo da fotografia, com a invenção das câmeras portáteis -mais leves e com filmes mais rápidos-, foi o momento em que os fotógrafos ganharam as ruas para captar flagrantes nos quais as expressões genuínas e não posadas passaram a revelar uma sensibilidade até então impossível.
A fotografia "Atrás da Estação Saint-Lazare" (1932), de Cartier-Bresson, na página 16 do volume, é o símbolo maior dessa nova fotografia: um homem salta uma poça d'água.
O disparo da Leica o flagra no ar, frações de segundo antes de seu pé esquerdo destruir o espelho d'água que reflete em perfeição a cena. Esta foi a imagem que levou o fotógrafo francês a criar o conceito do "momento decisivo", o instante exato, que não se repete, em que o mundo entra em total harmonia no visor da câmera. Para captá-lo o fotógrafo deve ter a paciência zen de esperar e colocar "na mesma linha de mira o olho, o coração e a mente".
"Metrópoles" traz mais desses momentos decisivos, pautando o fotojornalismo a partir de então, como nos históricos beijos fotografados por Eisenstaedt e Doisneau, editados um ao lado do outro no volume. A imagem de 1945, do polonês, flagra um marinheiro dando um beijo ardente numa enfermeira em plena Times Square, em Nova York, comemorando o fim da guerra.
Já "O Beijo do Hotel de Ville", de Doisneau, ajudou a criar a imagem da Paris romântica para várias gerações. Tido por muito tempo como um autêntico flagrante, desiludiu muitos e inflamou debates acerca das imagens construídas pela mídia quando um idoso casal veio a público, nos anos 90, dizendo que eles haviam posado a pedido de Doisneau. A única cópia existente da imagem com o selo e a assinatura do fotógrafo foi vendida num leilão, anos depois, por 155 mil a um colecionador suíço. A força da imagem se sobrepôs à polêmica.


Texto Anterior: Cinema: Dois curtas do Brasil competem na França
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.