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PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Carta considera autoritárias e precipitadas as alterações feitas pelo ministro Weffort para a área
Conselho repudia mudança no Iphan
PATRICIA DECIA
da Reportagem Local
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, ligado ao Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional), criticou, por
meio de carta aberta, as mudanças
feitas pelo Ministério da Cultura
no patrimônio histórico.
As alterações definidas por Francisco Weffort, que são parte de
uma reestruturação do ministério
(leia quadro ao lado), foram consideradas de "caráter eminentemente autoritário" e "precipitadas" pelo grupo.
Weffort criou uma nova Secretaria de Patrimônio, Museus e Artes
Plásticas, uma coordenadoria para
o Programa Monumenta-BID (que
investirá US$ 200 milhões em sete
cidades brasileiras) e nomeou o arquiteto Carlos Henrique Heck como novo presidente do Iphan.
O conselho ficou sabendo das
mudanças por meio de um press
release da assessoria de comunicação do ministério e enviou duas
cartas abertas ao ministro repudiando a "ruptura do diálogo".
Para o grupo, a criação da secretaria tira a autonomia do Iphan,
que é uma autarquia ligada diretamente ao ministro, fragilizando
gravemente o exercício das suas
funções. Além disso, o documento
repudia a nomeação do arquiteto
Carlos Henrique Heck para a presidência da instituição.
As cartas foram assinadas por
Augusto da Silva Telles, Max Justo
Guedes, Roberto Cavalcanti, Ângelo Oswaldo Araújo Santos, Modesto Carvalhosa, Luiz Fernando
Duarte, Carlos Lemos, Ítalo Campofiorito e Suzanna Sampaio.
"Essa reforma é tecnocrata. As
pessoas nomeadas não têm noção
de patrimônio histórico. O Iphan
perdeu seu status e autonomia por
causa de um empréstimo", afirmou Suzanna Sampaio, presidente
do Icomos-Brasil (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios,
ligado à Unesco).
O ministro Francisco Weffort rebateu as críticas. Ele afirma que a
escolha de Carlos Henrique Heck
para a presidência do Iphan não
precisa ser submetida ao conselho.
"É prerrogativa do ministro, não
há discussão em torno da nomeação de um cargo de confiança. Não
houve ruptura de diálogo", afirmou o ministro.
Segundo Weffort, "ele foi escolhido para o cargo porque tem
grande experiência na área e representa pontos de vista semelhantes aos do ministro".
O novo coordenador de Comunicação Social e Difusão Cultural
do ministério, Luciano Ramos,
disse ainda que a nova secretaria,
comandada pelo engenheiro e economista Octávio Elísio Alves de
Brito, terá funções diferentes das
da instituição.
"Ela vai verificar os projetos da
área de patrimônio para uso de incentivo fiscal e dos recursos do
Fundo Nacional da Cultura, além
de cuidar do programa de museus
e da área de artes plásticas."
Segundo Ramos, a criação da secretaria também atende a uma exigência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para a
implantação do Monumenta-BID.
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