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Última Moda
Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br
A moda hiperindividual
Jovens de Tóquio vivem uma nova relação com as roupas
Só depois de uma visita a Tóquio fica evidente a idéia muito
propagada de que a moda é um
dos elementos culturais mais
fortes da atualidade. Não tanto
pelo imenso número de grifes e
lojas que a capital japonesa
possui, mas pela relação que
boa parte dos habitantes dessa
cidade de quase 35 milhões de
pessoas estabelece com as roupas, sobretudo os mais jovens.
Em Tóquio, porém, é preciso
rever o conceito dominante de
moda. Lá, o ato de vestir se
transformou num ato de criação -muito pessoal e elaborado. Assim, a moda como simples comprometimento com as
tendências deixou de vigorar. O
que se vê nas ruas é uma releitura individual e incessante dos
estilos vigentes no momento.
Rapazes e garotas sobrepõem peças e acessórios como
se o traje fosse um jogo complexo, no qual contam tanto elementos do presente quanto os
do passado, tanto as roupas de
luxo como as mais baratas, tanto o que é tendência quanto o
que caiu em desuso. O que faz a
novidade é a ousadia e a independência em relação às regras.
A vontade de se distinguir socialmente por meio da roupa
foi elevada a uma dimensão absoluta -hiperindividualista-,
em que não interessa nem mesmo definir a classe social a que
se pertence, mas parecer um
caso único, sem rótulo possível.
Ao mesmo tempo, como reação, grupos de jovens se reúnem no bairro de Harajuku trajados uns iguais aos outros, como se a roupa definisse um clã,
seja de punks, de grunges ou de
"lolitas góticas" -que se vestem como menininhas mimadas e sensuais.
Nessa sociedade muito afeiçoada aos signos, como disse
Barthes, e bastante sensível à
aparência e à beleza -seja da
comida, seja do gesto-, também fica clara a idéia de que a
moda atualmente extravasa a
questão do vestir e se imiscui
com as artes e a arquitetura.
Para ter uma idéia, Prada,
Tod's, Dior e outras grifes construíram lojas em Tóquio que já
se tornaram referências para a
arquitetura contemporânea.
Hoje, são pontos turísticos tão
relevantes quanto os velhos
templos budistas.
ALCINO LEITE NETO viajou a Tóquio a convite
da HP France e de Alexandre Herchcovitch
Anorexia atinge os Versace
A anorexia atingiu o centro da moda italiana. A filha de Donatella Versace, Allegra, está sofrendo da doença, revelou a estilista na última terça. "Allegra tem lutado contra a anorexia, uma doença muito séria, há muitos anos", disse Donatella à imprensa, ao lado do marido, o ex-modelo Paul Beck.
A garota tem 20 anos, estaria pesando atualmente cerca de 35 kg e está em tratamento no Reino Unido. "Allegra está recebendo os melhores cuidados médicos possíveis e tem respondido bem a eles", contou Donatella. A família resolveu tornar público o seu drama após se avolumarem boatos sobre a doença de Allegra Beck Versace na internet.
Allegra é dona de 50% da Versace -os demais 50% são de Donatella e de seu irmão, Santo. Ela herdou a metade do império aos 18 anos, conforme o desejo de seu tio, Gianni Versace, assassinado em 1997 em sua mansão na Flórida.
Com agências internacionais
DSQUARED NO BRASIL
Os gêmeos canadenses Dean
e Dan Caten, estilistas da
DSquared, chegam hoje ao Brasil para o lançamento da primeira loja da grife, na Daslu.
Uma festa de boas-vindas para
os gêmeos, com 300 convidados, acontece amanhã, numa
casa no Morumbi. A grife, que
desfila em Milão, está sendo
trazida para o Brasil pelos empresários Esber Hajli e Mauricio Saade, os mesmos que representam a Diesel no país.
SLIMANE DEIXA A DIOR
O estilista francês Hedi Slimane, 38, vai deixar a Dior
Homme. Seu contrato com a
grife termina em julho e não será renovado, segundo a maison
Dior. Slimane, que é também
fotógrafo, foi responsável pela
criação de uma nova silhueta
masculina, de roupas muito
justas, que influenciou todas as
grifes. Segundo a publicação
"Women's Wear Daily", o cargo
deve ser ocupado pelo estilista
belga Kris van Assche, 31.
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