São Paulo, segunda, 30 de março de 1998

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TELEVISÃO
Sintomaticamente, Poppovic e Jô vestem tons pastéis

TELMO MARTINO
Colunista da Folha

Nos bons tempos, pastel era o que ela devorava. Agora que os tempos são chochos, pastel é o tom do que ela veste. O que houve de tão drástico com a Silvia Poppovic?
Ela, que só falava de assuntos nunca abordados na presença de uma criança, dedica, agora, todo um programa à dor de estômago.
Isso mesmo, uma hora de azia e má digestão, como se os telespectadores fossem uma colher de sopa de leite de magnésia. Tudo isso com um modelinho de quem ambiciona o título de passageira mais elegante da rodoviária do Tietê. Será isso o que chamam de repouso de guerreira? Bom descanso, dona Poppô.
E o que estará acontecendo com aquele gordinho noturno? De terno também pastel, ele aparece no centro de uma cortina entreaberta, muito propícia ao bailar de uma stripper.
Ele até pensa em aproveitar a ocasião, mas já enjoou disso. Vem direto ao palco falar da preocupação dos egípcios com os gordos. Todos terão que emagrecer. Pobre esfinge, mesmo indecifrável não poderá mais devorar ninguém.
Em time que está ganhando não se mexe? Tudo bem quanto ao quinteto. Já aquelas piadas de laptop estão mais para delete do que deleite.
Ainda bem que o primeiro convidado é musical. Ney Matogrosso, não mais na idade das plumas de uma sensualidade pública, está dirigindo Claudia Neto, Claudia Lira, Suely Franco etc. numa volta ao passado das irmãs Batista. As cantoras Linda e Dircinha, do tempo em que rádio tinha rainha.
Pelo jeito, a história é trágica. Deve ser a Nicete Bruno que cuidará disso. Porque cantando "Periquitinho Verde", Claudia Neto era só alegria.
Até que os outros convidados eram oportunos. O comandante Max, a propósito dos 500 anos do descobrimento, falou bem dos portugueses que navegavam e colonizavam.
E de que tamanho era uma caravela? Jô se levanta do trono e se coloca num ponto do palco. Pede ao comandante que se posicione na outra extremidade. Numa humildade inesquecível porque inesperada, Jô diz que será a popa.
Como última convidada, a irmã de Ayrton Senna fala das louváveis iniciativas da fundação que ela dirige. Na platéia, um estudante mostra a camiseta gigante que trouxe para o Jô. Não trouxe nada para a Flavinha? Ou não se traz mais? Vamos ouvir, então, o Peninha, nem que seja para disfarçar a possibilidade de uma gafe.




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