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SOCIEDADE
Advogado de Carola de Oliveira, que disse na TV que Chiquinho Scarpa seria gay, levanta suspeita sobre juiz
Separação de Scarpa vira "guerra" jurídica
DANIEL CASTRO
da Reportagem Local
O escândalo protagonizado pelo
industrial Francisco Scarpa Filho e
pela aspirante a artista Ana Carolina de Oliveira Scarpa, a Carola, deve chegar ao Tribunal de Justiça de
São Paulo nos próximos dias. Carola foi a programas de rádio e de
TV nas últimas semanas dizer que
o ex-playboy Chiquinho Scarpa seria bissexual.
Ontem, o advogado de Carola,
Célio Pereira, decidiu ingressar
com um pedido de exceção de suspeição contra o juiz Geraldo Perez,
titular da 9ª Vara da Família de São
Paulo, que aprecia o processo de
separação de corpos do casal.
A medida imediatamente suspende o processo, o que deve adiar
a audiência de conciliação que estava prevista para hoje às 10h. A
audiência, inicialmente programada para o próximo dia 6, foi antecipada pelo próprio juiz Perez em
despacho na última terça.
O advogado Pereira diz ter tomado a decisão porque acha o juiz Perez parcial para julgar o caso. Ele
afirma que, em um encontro com
o juiz, anteontem, ouviu de Perez
uma frase que indicaria que o magistrado já teria "um pré-julgamento". Pereira não adiantou o
conteúdo da suposta frase.
Com o ingresso do pedido de exceção de suspeição, o próprio juiz
se declara impedido e transfere o
caso para outro magistrado ou recorre ao Tribunal de Justiça, onde
desembargadores julgam o recurso com prioridade, em 15 dias.
Procurado pela Folha, o juiz Perez nada declarou, pois o processo
segue em sigilo de Justiça.
Carola, 28, e Chiquinho, 48, se
casaram no religioso em 23 de
maio do ano passado, dois dias
após a união civil e 26 dias depois
de firmarem um pacto antenupcial
no 13º Serviço Notarial de São Paulo. Nesse contrato, está previsto
que a união seria em "absoluta separação de bens" e que eles não
compartilhariam dívidas contraídas antes ou depois do casamento.
Carola diz que percebeu que o
casamento era "uma jogada de
marketing" na lua-de-mel, em
Miami. "Só ficamos tirando fotos."
Em outubro passado, conforme
relatou ao "Leão Livre" (Record) e
"Programa do Ratinho" (SBT), teria flagrado Chiquinho na cama
com dois homens, um travesti e
um garoto de programa, o que
Chiquinho e seus amigos negam.
Embora o suposto flagrante tenha ocorrido em outubro, a separação só aconteceu em fevereiro,
após o Carnaval.
Foi Scarpa quem tomou a iniciativa de pedir a separação na Justiça. No último dia 8, ele conseguiu
que o juiz Perez proibisse Carola
de usar o título de condessa e o sobrenome Scarpa para posar nua
em revistas. Em protesto, Carola
adotou o título de princesa.
Carola afirma que "tentou de todas as formas salvar o casamento"
e que só decidiu terminá-lo porque
queria "ser artista e Chiquinho não
deixava".
Uma crise de ciúmes no camarote da Brahma, na segunda-feira de
Carnaval carioca, teria sido o motivo "definitivo". "Meu titio Boni
(José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, consultor da Globo) me arrumou uma camiseta da Mocidade
(Independente de Padre Miguel),
mas o Chiquinho não me deixou
desfilar", conta.
Carola afirma que se apaixonou
por Scarpa e que se envolveu em
"um conto de fadas". "Eu me casei
por amor", diz ela, para quem o
conceito de amor inclui "status, segurança e família".
Na semana seguinte ao Carnaval,
Carola enviou aos pais de Chiquinho Scarpa um fax manuscrito em
que pedia pensão de R$ 10 mil,
mais um apartamento e um carro.
"Uma separação consensual livraria a família Scarpa de muitos inconvenientes, pois minhas alegações destruiriam por completo o
bom nome da família Scarpa, bem
como a reputação (falsa) de Chiquinho", ameaçava.
No último dia 16, a ex-atriz
(atuou em "Cortina de Vidro", no
SBT, 1989/90), ex-modelo (participou de desfiles de meias e sapatos
em Nova York) e ex-dançarina
(dançou com o roqueiro Billy Idol
no Rock in Rio 2, em janeiro de 91)
decidiu pôr fim à guerra de faxes
que travou com Scarpa nos últimos dois meses.
Em seu derradeiro fax, dizia à
imprensa que descobrira que os
"traços homossexuais" do ex-marido não eram "inocentes".
Depois que a separação virou escândalo na TV, os amigos de Scarpa tomaram sua defesa. "Como
médico e amigo do Chiquinho,
atesto que ele não tem tendências
homossexuais e que é viril. Essa
moça confunde cordialidade e refinamento com homossexualismo", declara o médico Roberto
Tulli, padrinho de Scarpa e especialista em disfunções sexuais.
Alguns amigos do industrial chegaram a fazer insinuações sobre o
passado de Carola, que viveu nos
EUA e em Israel até 97. "O que
acontece é que sempre fui bancada
pelos meus namorados", afirma
Carola. Inclusive Scarpa, que passou a financiar suas despesas
quando ficaram noivos.
Programa na TV
Nesta semana, o juiz Geraldo Perez solicitou cópias das fitas dos
programas de rádio e TV em que
Carola compareceu, o que pode
gerar uma ação criminal contra
ela, por injúria e difamação.
Além dos telebarracos de Carlos
Massa, Ratinho (onde atingiu o pico de 34 pontos de audiência, o
equivalente a 2,7 milhões de telespectadores na Grande São Paulo),
e de Gilberto Barros, o Leão, Carola já contou sua história ao feminino "Note Anote" (na Record, no
qual preparou uma receita de estrogonofe) e no musical "Raul Gil"
(previsto para ir ao ar no dia 8).
Ela diz que avalia propostas de
outros programas, como o "Show
do Esporte", na Bandeirantes. Ela
não nega que seu sonho é ter um
programa de TV, de preferência
infantil, e deixa transparecer que
viu no escândalo uma oportunidade para que "alguma alma boa
abrisse as portas".
"Há interesse da Record, mas
ainda não definimos nada. Por enquanto, é só sondagem", diz.
A colunista Erika Palomino, de
Noite Ilustrada,
está em férias
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