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Espião veio do nada em 'Vítima'
MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas
Espião que veio do nada -ou espião que veio da confusão- seria
título mais adequado para este
"Vítima do Passado".
As cenas iniciais, em preto-e-branco, prometem. São de
um Nick Nolte no papel de um espião americano da Alemanha nazista sendo conduzido para uma
prisão israelense, no pós-guerra, e
depois sentado diante de uma máquina de escrever em pleno cárcere, para escrever suas memórias.
Mas a promessa não dura. A película descamba para um pastiche
de filme de idéias, com a pretensão
abortada de suscitar o questionamento sobre culpa e inocência.
Nolte é Howard Campbell, um
dramaturgo casado com uma atriz
alemã, que é convencido pelo serviço secreto americano a se tornar
espião durante a Segunda Guerra.
Campbell, então, se faz passar
por um locutor de rádio a serviço
do nazismo. Na verdade, suas
mensagens passam recados cifrados para os aliados.
Terminada a guerra, e tendo sido
morta sua mulher, é descoberto
pelos judeus, que querem levá-lo a
julgamento por crime de guerra.
Passa a viver escondido até ser descoberto por neonazistas que desejam transformá-lo em herói.
Daí por diante, só resta imaginar
qual é exatamente o objetivo desse
filme. Não se sabe se a meta é vingar os judeus ou revelar os bastidores do neonazismo.
A trama sem pé nem cabeça mistura neonazistas com vítimas do
holocausto. Até o protagonista fica
zonzo: passados dez anos, ele confunde a irmã de sua mulher com a
própria, já enterrada. Detalhe: a
mais nova era dez anos mais jovem
do que a falecida.
Filme: Vítima do Passado
Produção: EUA, 1996
Direção: Keith Gordon
Com: Nick Nolte, Sheryl Lee, Alan Arkin
Quando: a partir de hoje, no Top Cine 2
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