São Paulo, sexta, 30 de maio de 1997.



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" Espião veio do nada em 'Vítima'

MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas

Espião que veio do nada -ou espião que veio da confusão- seria título mais adequado para este "Vítima do Passado".
As cenas iniciais, em preto-e-branco, prometem. São de um Nick Nolte no papel de um espião americano da Alemanha nazista sendo conduzido para uma prisão israelense, no pós-guerra, e depois sentado diante de uma máquina de escrever em pleno cárcere, para escrever suas memórias.
Mas a promessa não dura. A película descamba para um pastiche de filme de idéias, com a pretensão abortada de suscitar o questionamento sobre culpa e inocência.
Nolte é Howard Campbell, um dramaturgo casado com uma atriz alemã, que é convencido pelo serviço secreto americano a se tornar espião durante a Segunda Guerra.
Campbell, então, se faz passar por um locutor de rádio a serviço do nazismo. Na verdade, suas mensagens passam recados cifrados para os aliados.
Terminada a guerra, e tendo sido morta sua mulher, é descoberto pelos judeus, que querem levá-lo a julgamento por crime de guerra. Passa a viver escondido até ser descoberto por neonazistas que desejam transformá-lo em herói.
Daí por diante, só resta imaginar qual é exatamente o objetivo desse filme. Não se sabe se a meta é vingar os judeus ou revelar os bastidores do neonazismo.
A trama sem pé nem cabeça mistura neonazistas com vítimas do holocausto. Até o protagonista fica zonzo: passados dez anos, ele confunde a irmã de sua mulher com a própria, já enterrada. Detalhe: a mais nova era dez anos mais jovem do que a falecida.

Filme: Vítima do Passado Produção: EUA, 1996 Direção: Keith Gordon Com: Nick Nolte, Sheryl Lee, Alan Arkin Quando: a partir de hoje, no Top Cine 2



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