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Feijó dirige na Holanda e lança site
DA REPORTAGEM LOCAL
"A Boa", de Aimar Labaki, destaque do Festival de Teatro de Curitiba no ano passado, deu a Ivan
Feijó, 32, a sua cota entre os melhores diretores do país.
Desde então, colhe projetos que
plantou nos últimos anos. O primeiro deles, por assim dizer, será
lançado hoje: o site www.artedoator.com.br, uma iniciativa da escola de formação de atores que ele
comanda, a Carmina Domus, no
bairro paulistano do Itaim Bibi.
A home page promete artigos
com personalidades como o diretor Antunes Filho e o escritor Frei
Betto, além de roteiro cultural.
No dia 16 de junho, no Festival
de Oerol, na Holanda, estréia a
nova montagem de Feijó. "Dillema: A Two Women Show" é um
projeto escrito, concebido e interpretado pela atriz Kris Niklison,
argentina radicada na Holanda,
adepta do teatro físico e ex-integrante do grupo canadense Cirque du Soleil. Contracena com a
trapezista brasileira Monica Alla.
Ambas ensaiaram com o diretor
até a semana passada. "O espetáculo trata do dilema de se entregar
ou não ao amor, do desafio de
amar sem se importar com as
consequências ou com julgamentos", explica Feijó. Não há previsão de quando a montagem será
apresentada no Brasil.
Em outubro, estréia seu primeiro Nelson Rodrigues: "Anjo Negro". O elenco será encabeçado
pela atriz Flávia Pucci.
A Cia. Zagreu de Teatro, que
nasceu com os profissionais de "A
Boa", também volta no segundo
semestre com "Apócrifos", texto
que está sendo escrito por Frei
Betto e reúne personagens bíblicos (Jesus, Madalena, Maria, Pedro, Judas e Lúcifer).
O fio condutor será o embaralhamento entre real e virtual na
virada do milênio. "A peça vai trabalhar com o que é essência e aparência, como a questão da ilusão
social do Brasil", afirma.
Ex-assistente de Antunes Filho
("influência sagrada") e de Ulysses Cruz ("profana"), Feijó abandonou o curso de arquitetura no
quarto ano.
Em 89, dirigiu a comédia "Rosencrantz e Guildenstern Estão
Mortos", de Tom Stoppard. Trocou correspondências e convenceu o dramaturgo norte-americano a abrir mão dos direitos autorais. Foi "malhado" pela crítica
em "Ábaco" (93), primeira peça
de Antônio Calloni. A partir da
assistência que fez para Ulysses
Cruz em "O Melhor do Homem"
(95), deu-se por convencido de
que transformaria o teatro em
projeto de vida.
"O tipo de teatro que gosto é
aquele no qual o ator encanta por
meio da interpretação", afirma.
"A Boa", com Milhem Cortaz e
Ana Kutner, e o monólogo "A
Maçã de Eva", com Clarice Abujamra, outra montagem recente,
validam seu conceito.
(VS)
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