São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2000


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Feijó dirige na Holanda e lança site

DA REPORTAGEM LOCAL

"A Boa", de Aimar Labaki, destaque do Festival de Teatro de Curitiba no ano passado, deu a Ivan Feijó, 32, a sua cota entre os melhores diretores do país.
Desde então, colhe projetos que plantou nos últimos anos. O primeiro deles, por assim dizer, será lançado hoje: o site www.artedoator.com.br, uma iniciativa da escola de formação de atores que ele comanda, a Carmina Domus, no bairro paulistano do Itaim Bibi.
A home page promete artigos com personalidades como o diretor Antunes Filho e o escritor Frei Betto, além de roteiro cultural.
No dia 16 de junho, no Festival de Oerol, na Holanda, estréia a nova montagem de Feijó. "Dillema: A Two Women Show" é um projeto escrito, concebido e interpretado pela atriz Kris Niklison, argentina radicada na Holanda, adepta do teatro físico e ex-integrante do grupo canadense Cirque du Soleil. Contracena com a trapezista brasileira Monica Alla.
Ambas ensaiaram com o diretor até a semana passada. "O espetáculo trata do dilema de se entregar ou não ao amor, do desafio de amar sem se importar com as consequências ou com julgamentos", explica Feijó. Não há previsão de quando a montagem será apresentada no Brasil.
Em outubro, estréia seu primeiro Nelson Rodrigues: "Anjo Negro". O elenco será encabeçado pela atriz Flávia Pucci.
A Cia. Zagreu de Teatro, que nasceu com os profissionais de "A Boa", também volta no segundo semestre com "Apócrifos", texto que está sendo escrito por Frei Betto e reúne personagens bíblicos (Jesus, Madalena, Maria, Pedro, Judas e Lúcifer).
O fio condutor será o embaralhamento entre real e virtual na virada do milênio. "A peça vai trabalhar com o que é essência e aparência, como a questão da ilusão social do Brasil", afirma.
Ex-assistente de Antunes Filho ("influência sagrada") e de Ulysses Cruz ("profana"), Feijó abandonou o curso de arquitetura no quarto ano.
Em 89, dirigiu a comédia "Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos", de Tom Stoppard. Trocou correspondências e convenceu o dramaturgo norte-americano a abrir mão dos direitos autorais. Foi "malhado" pela crítica em "Ábaco" (93), primeira peça de Antônio Calloni. A partir da assistência que fez para Ulysses Cruz em "O Melhor do Homem" (95), deu-se por convencido de que transformaria o teatro em projeto de vida.
"O tipo de teatro que gosto é aquele no qual o ator encanta por meio da interpretação", afirma. "A Boa", com Milhem Cortaz e Ana Kutner, e o monólogo "A Maçã de Eva", com Clarice Abujamra, outra montagem recente, validam seu conceito. (VS)



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