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Crítica
"Recasamento" conduz "Cupido É Moleque ..."
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não há tema mais freqüente
na comédia clássica americana,
a comédia sofisticada em particular, do que o "recasamento".
De George Cukor a Howard
Hawks, passando por Lubitsch,
claro, não há um grande especialista do gênero que não tenha abordado o tema.
O tema se presta a variantes
como as da dupla Cary Grant e
Irene Dunne. Uma vez separados, eles ensaiam se odiar e tentam desesperadamente encontrar o amor em outras pessoas,
mas não têm como escapar dessa fatalidade: eles se adoram.
É um fardo, é uma bênção, o
que se preferir: é assim que
acontece. É sempre a mesma
coisa, mas é sempre diferente.
Em "Cupido É Moleque Teimoso" (TCM, 14h), Leo McCarey toma conta das coisas.
McCarey ficou conhecido por
muitas coisas. Pelo melô "Tarde Demais para Esquecer", por
ser um perfeito reacionário,
por ter dirigido Laurel e Hardy.
O mínimo a dizer é que, no
ramo da comédia sofisticada,
seu trabalho nada fica a dever
ao que fez em outros ramos.
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