São Paulo, sábado, 30 de maio de 1998

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LEILÃO
Outros seis trabalhos brasileiros foram vendidos anteontem, na Christie's, entre eles uma tela de Portinari
Obra de Aleijadinho alcança US$ 420 mil

ALESSANDRA BLANCO
de Nova York

A escultura em madeira "Nossa Senhora das Dores", de Aleijadinho, foi vendida anteontem no leilão de arte latino-americana da Christie's por US$ 420 mil. A estimativa de preço era entre US$ 400 mil e US$ 600 mil. Outras seis obras brasileiras foram vendidas no leilão, que arrecadou, no seu primeiro dia, US$ 9,6 milhões.
O representante do comprador da escultura de Aleijadinho de 68 centímetros não quis identificar nem mesmo sua nacionalidade, mas a informação é de que haveria um banco brasileiro interessado na obra. Qualquer que seja o comprador, a escultura não poderá sair do Brasil, já que faz parte do acervo cultural do país.
A segunda obra mais cara brasileira foi a tela "Preparando Enterro na Rede nº 2", de Candido Portinari, arrematada por US$ 240 mil (valor que não inclui taxas do leiloeiro e da Christie's) pelo colecionador uruguaio Jorge Castilho.
Castilho tem uma galeria em Punta del Leste e deverá levar a obra a São Paulo para uma exposição no final de agosto.
"Conheço o Brasil profundamente e admiro a pintura brasileira. Tenho confiança de que no futuro ela será reconhecida como excepcional no mundo inteiro. Isso me estimula a comprar, porque confio nesse reconhecimento."
O leilão da noite de anteontem foi o segundo maior em vendas no que diz respeito à arte latino-americana. "Fomos extremamente bem, muitos artistas tiveram seu recorde de preço, e os brasileiros também venderam bem. A Adriana Varejão, por exemplo, vendeu acima do estimado", disse Fernando Gutierrez, responsável pelo departamento de América Latina da Christie's.
Foram vendidos os quadros "Cristo", de Adriana Varejão, a US$ 26 mil, e "Perdidos no Espaço", de Daniel Senise, a US$ 8.500, e as esculturas "The Next", de Waltércio Caldas, a US$ 24 mil, "Peine", de Tunga, a US$ 22 mil, e uma obra sem título de Sérgio Camargo, a US$ 45 mil.
Os quadros "Paquetá" e "Natureza Morta", de Di Cavalcanti, "Arrieiro", de Vicente Rego Monteiro, e "Naven", de Saint Clair Cemin, não foram vendidos.
As duas obras mais caras do leilão foram "Los Invitados", do cubano Wilfredo Lam, e "Músicos", do mexicano Rufino Tamayo, a US$ 827.500, já incluídas as taxas.
Ainda anteontem a Sotheby's encerrou seu leilão de obras latino-americanas. Foram vendidas dez obras brasileiras, sendo a de maior valor um quadro de Di Cavalcanti por US$ 167.500.



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