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LEILÃO
Outros seis trabalhos brasileiros foram vendidos anteontem, na Christie's, entre eles uma tela de Portinari
Obra de Aleijadinho alcança US$ 420 mil
ALESSANDRA BLANCO
de Nova York
A escultura em madeira "Nossa
Senhora das Dores", de Aleijadinho, foi vendida anteontem no leilão de arte latino-americana da
Christie's por US$ 420 mil. A estimativa de preço era entre US$ 400
mil e US$ 600 mil. Outras seis
obras brasileiras foram vendidas
no leilão, que arrecadou, no seu
primeiro dia, US$ 9,6 milhões.
O representante do comprador
da escultura de Aleijadinho de 68
centímetros não quis identificar
nem mesmo sua nacionalidade,
mas a informação é de que haveria
um banco brasileiro interessado
na obra. Qualquer que seja o comprador, a escultura não poderá
sair do Brasil, já que faz parte do
acervo cultural do país.
A segunda obra mais cara brasileira foi a tela "Preparando Enterro na Rede nº 2", de Candido Portinari, arrematada por US$ 240
mil (valor que não inclui taxas do
leiloeiro e da Christie's) pelo colecionador uruguaio Jorge Castilho.
Castilho tem uma galeria em
Punta del Leste e deverá levar a
obra a São Paulo para uma exposição no final de agosto.
"Conheço o Brasil profundamente e admiro a pintura brasileira. Tenho confiança de que no futuro ela será reconhecida como
excepcional no mundo inteiro. Isso me estimula a comprar, porque
confio nesse reconhecimento."
O leilão da noite de anteontem
foi o segundo maior em vendas no
que diz respeito à arte latino-americana. "Fomos extremamente
bem, muitos artistas tiveram seu
recorde de preço, e os brasileiros
também venderam bem. A Adriana Varejão, por exemplo, vendeu
acima do estimado", disse Fernando Gutierrez, responsável pelo
departamento de América Latina
da Christie's.
Foram vendidos os quadros
"Cristo", de Adriana Varejão, a
US$ 26 mil, e "Perdidos no Espaço", de Daniel Senise, a US$ 8.500,
e as esculturas "The Next", de
Waltércio Caldas, a US$ 24 mil,
"Peine", de Tunga, a US$ 22 mil,
e uma obra sem título de Sérgio
Camargo, a US$ 45 mil.
Os quadros "Paquetá" e "Natureza Morta", de Di Cavalcanti,
"Arrieiro", de Vicente Rego
Monteiro, e "Naven", de Saint
Clair Cemin, não foram vendidos.
As duas obras mais caras do leilão foram "Los Invitados", do cubano Wilfredo Lam, e "Músicos",
do mexicano Rufino Tamayo, a
US$ 827.500, já incluídas as taxas.
Ainda anteontem a Sotheby's
encerrou seu leilão de obras latino-americanas. Foram vendidas
dez obras brasileiras, sendo a de
maior valor um quadro de Di Cavalcanti por US$ 167.500.
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