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Crítica
"Bela Donna" ensina o que não fazer em cinema
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Jorge Luis Borges dizia que
somos capazes de nos lembrar
das coisas mais belas e das mais
horrendas. As médias nos escapam da memória com maior
grau de facilidade.
Seria possível acrescentar
que, em cinema, há dois tipos
de filmes que nos instruem
muito: os melhores filmes e os
piores. Nesta segunda categoria é que se encontra "Bela Donna" (Canal Brasil, 12h30),
de Fábio Barreto.
Não que a história seja muito
memorável. Mas certos momentos não me abandonam: a
imagem de uma loira (Natasha
Henstridge) diante de um navio; a de um pescador nordestino com cara de ator da Globo (o
que de fato é ou foi Eduardo
Moscovis); a de dunas que não
acabam mais.
Nisso fica, em linhas gerais, o
filme, em que a loira estrangeira e o homem natural pátrio, é
claro, se apaixonam no meio de
toda aquela natureza.
Um romance que, como o filme, não sabe para onde vai. Um
útil apanhado para jovens cineastas do que convém evitar
quando se filma.
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