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TELEVISÃO
Emissoras vão definir o padrão de HDTV
RUI DANTAS
da Reportagem Local
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) vai permitir, a
partir de julho, que as redes de televisão façam novos testes na área
de TV de alta definição (HDTV ou
High Definition Television).
O objetivo da agência, segundo
seu presidente, Renato Guerreiro,
é definir qual o padrão de transmissão que o Brasil deverá adotar.
No mundo, há hoje três padrões
de transmissão e recepção em
HDTV -o europeu (DVB), o norte-americano (ASTC) e o japonês.
Até agora, apenas dois experimentos publicamente divulgados
foram feitos na área no país.
Para que realizem tais experimentos, as emissoras necessitam
realizar a transmissão através de
canais UHF, cuja concessão provisória depende da Anatel.
A Globo, no dia 7 de junho,
transmitiu de Paris imagens digitais, receptadas por aparelhos de
HDTV em São Paulo.
A Record, no dia seguinte, promoveu uma apresentação para o
público especializado no Memorial da América Latina (SP).
Guerreiro afirmou, em coquetel
promovido pela ABTA (Associação Brasileira das TVs por Assinatura), em São Paulo, na última
quinta, que a entidade vai liberar
em julho mais experimentos.
"Vamos expedir, a partir do
mês que vem, regulamentações específicas que permitam novas experiências. Queremos que as emissoras escolham residências e instalem TVs em alta definição, para
que a população possa acompanhar o processo", disse.
O presidente admitiu que a escolha se dará em conjunto com o setor (as emissoras), mas que a Anatel apenas acompanhará os testes
das redes de TVs. Com isso, a decisão da escolha do padrão ficará a
cargo das próprias emissoras.
"A Anatel não vai montar uma
estação de TV para fazer testes. Os
funcionários da agência não sabem como operar uma emissora", admitiu.
O governo norte-americano teve
uma participação mais efetiva na
escolha do padrão a ser adotado.
Nos EUA, todos as grandes empresas que fabricam aparelhos de
TV, de transmissão e operação,
além das emissoras, foram convocadas para discutir o assunto.
Dessa reunião, surgiu o sistema
ATSC. Como prazo, ficou estabelecido que todas as redes norte-americanas terão até 2006 para passar a transmitir sinais no sistema.
Segundo Guerreiro, em "seis ou
oito meses o Brasil já saberá qual
sistema vai adotar". "A única
coisa que posso afirmar antecipadamente é que não será um sistema único, exclusivo."
Atualmente, as emissoras no
Brasil operam em sistema Pal-M,
padrão distinto da maioria dos
países europeus, EUA e Japão.
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