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LANÇAMENTO
Caixa com três volumes inclui os grandes sucessos, músicas fora de catálogo e parcerias com outros artistas
'20 Anos' resume trajetória de Ramalho
da Reportagem Local
O "ano Z", como Zé Ramalho
define 1997, prossegue à corda toda. A Sony, primeira gravadora do
cantor e compositor paraibano,
lança "20 Anos de Carreira", caixa de três CDs que a um tempo resume sua carreira e recoloca em
catálogo faixas raras que o artista
gravou desde sua estréia.
A coletânea, coordenada pessoalmente pelo artista, vem se unir
ao recente lançamento de "Antologia Acústica" (BMG), CD duplo
em que Ramalho, 47, comemora
20 anos de carreira com regravações acústicas de suas canções
mais conhecidas.
"Forneci a idéia e o material, para completar a história desses 20
anos. Quis oferecer algo diferente
do que as caixas em geral oferecem", afirma o artista.
A diferença é a seguinte: a caixa
foi disposta em três volumes distintos. No primeiro, "Grandes Sucessos", estão 18 faixas retiradas
dos discos originais do artista na
gravadora. "É a minha compilação mais completa. O filé mignon
da minha obra está na Sony", diz.
Inclui, entre outras, "Admirável
Gado Novo", "Avohai", "Chão
de Giz", "Vila do Sossego",
"Frevo Mulher".
Os outros dois volumes, "Parcerias" e "Raridades" compilam
material que vai além da discografia oficial do artista.
Em "Parcerias", há faixas que
ele gravou com João do Vale, Marinês, Jorge Mautner, Renato e
Seus Blue Caps (uma versão para
"Mr. Tambourine Man", de Bob
Dylan), a cantora lírica Maria Lúcia Godoy, Paulinho Boca de Cantor, Zezé Motta e Wanderléa, Egberto Gismonti, Fagner, Geraldo
Azevedo, Zé Geraldo.
Raridades
Em "Raridades", Ramalho reúne gravações que em geral estavam
perdidas em discos de vinil de tiragem limitada.
"Deu um trabalho muito grande, muitas fitas estavam cheias de
fungos", conta.
É o caso de versões para "Disparada" e "Fica Mal com Deus", de
Geraldo Vandré, "Pai e Mãe" (de
Gil, recitada por ele com o cavaquinho de Waldyr Silva ao fundo),
"Hino Amizade" (originalmente
do festival "MPB 80", da Globo) e
"Os 12 Trabalhos de Hércules"
(do especial global "Pirlimpimpim", de 82).
Há até uma versão de "Eternas
Ondas" feita pelo papa da música
de elevador, Ray Conniff, a quem
Ramalho se refere com orgulho.
"Ninguém ouviu falar, mas é interessante essa versão feita por um
maestro popular, meio brega como ele."
Curiosidade maior é "Oh Pecador", retirado de um disco dedicado "às comunidades que sofrem com as guerrilhas do baixo
araguaia e da América Central".
"É uma missa agrária de comunista, uma associação da reforma
agrária com a religião. Me escolheram para fazer o pecador, veja
só", diverte-se.
Algumas raridades acabaram ficando de fora, como uma gravação ao vivo com Bezerra da Silva,
pernambucano que nos 70 foi da
banda de Ramalho, e "O Tolo na
Colina", versão de "The Fool on
the Hill", dos Beatles, cantada em
dueto com Erasmo Carlos. "A
qualidade técnica não permitiu",
explica.
E o "ano Z" não acaba aí. O artista entra daqui a pouco em estúdio para gravar "O Grande Encontro 2", com Elba Ramalho,
Geraldo Azevedo e Fagner (substituindo Alceu Valença).
Mais: a Sony recoloca no mercado em setembro, segundo Ramalho, cinco de seus álbuns originais
na gravadora (hoje, estão todos fora de catálogo), e ele prepara novo
disco para 1998 -já tem oito músicas compostas.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
Caixa: 20 Anos de Carreira
Artista: Zé Ramalho
Lançamento: Sony
Quanto: R$ 60, em média
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