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Curtas do Anima Mundi discutem relacionamentos
Filmes retratam cotidiano e crises conjugais do ponto de vista feminino
Pelo menos oito das 450 animações apresentam mulheres ignoradas, abusadas e desiludidas com amor e casamento
CLARICE CARDOSO
DE SÃO PAULO
O esqueleto de uma mulher que se afogou espera há
séculos no fundo do mar por
um pescador que a resgate.
Com essa metáfora ao fundo,
uma dona de casa, ignorada
pelo marido, enfia a cabeça
na pia e prende a respiração.
Assim é "La Femme-Squelette" (a mulher esqueleto),
curta francês que será exibido hoje, às 13h, no Anima
Mundi (Festival Internacional de Animação do Brasil).
Além dela, outras mulheres sofrem a solidão do casamento, como a protagonista
de "L'Homme qui Dort" (o
homem que dormia) -hoje,
às 21h-, cujo companheiro
caiu num sono eterno.
Ou a de "Sinna Mann" (homem raivoso) -amanhã, às
13h-, vítima de um marido
violento que também aterroriza o filho deles. Já o problema de Celine é outro. Antes
de ser submissa, quase engole o parceiro com neuroses
em "Ru" -hoje, às 13h30.
Fazendo graça do fim do
encantamento da paixão, o
marido vira um porco em
"Hog" -amanhã, às 18h.
Diante do não mais amado
grunhindo e cuspindo num
restaurante, a mulher fantasia matá-lo e se imagina segurando o coração dele ainda pulsante na mão.
Essa desilusão com o amor
é ilustrada pelo desbotado da
foto de casamento em "20
Años" (20 anos) -amanhã,
às 21h-, em que ela quer de
volta o amado após duas décadas de indiferença.
O cotidiano retorna ainda
de forma abstrata em "An
Abstract Day" -amanhã, às
17h-, que acompanha um
casal das brigas ao sexo. Este
é também o tema de "Amourette" -hoje, às 23h-, em
que dois bonecos de madeira
transam sobre uma lixa e vão
se desfazendo aos poucos
durante o ato amoroso.
18º ANIMA MUNDI
QUANDO das 11h às 24h; até 1º/8
ONDE Memorial da América
Latina (av. Auro Soares de Moura
Andrade, 664, Barra Funda, tel.
0/xx/11/3823-4600)
QUANTO de R$ 3 a R$ 6
CLASSIFICAÇÃO não informada
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