São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999
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NETVOX
Portais fazem marketing do bem

MARIA ERCILIA
Editora de Internet

Continua o entusiasmo pelo Hunger Site (www.thehungersite.com), onde é possível doar alimentos com um clique -o Brasil está firme no segundo lugar em "doações", com pouco mais de 150 mil cliques até ontem. A polêmica sobre a honestidade da página até ajudou a aumentar sua popularidade. Por via das dúvidas, todo mundo que passa por ela acaba "doando" seu clique e o site vai se firmando como uma das mais originais campanhas de publicidade já feitas na Internet.
A idéia de repassar fundos para instituições de caridade como ferramenta de marketing não é nada nova, mas pode ser tremendamente facilitada na Internet, como mostra o exemplo do Hunger Site. Imagine por exemplo um site de comércio onde uma porcentagem de cada compra é repassada para uma instituição à escolha do consumidor -com certeza muita gente responderia a esse apelo.
Pois existe. Vários deles, na verdade. O primeiro que visitei, MyCause (www.mycause.com), era um festival de links quebrados e páginas que não funcionavam. Impossível fazer uma compra ou testar seu funcionamento. Uma pena, porque o conceito é simples e inteligente: tem um banco de dados de centenas de organizações, do Greenpeace à Anistia Internacional, agrupadas por tema.
Você escolhe quem quer beneficiar e compra numa das cinco lojas do site (entre elas, Amazon e Travelocity). As lojas doam de 3% a 12% do valor da compra para a organização escolhida (ou doariam, se tudo funcionasse).
Felizmente, vários "shoppings" seguem o exemplo do MyCause, mas com mais eficiência.
O IGive (www.igive.com), muito semelhante, funciona a pleno vapor. Também tem "sócios" conhecidos, como eToys e MusicBoulevard, que doam de 2% a 15% de cada compra. No GreaterGood (www.greatergood.com), basta a pessoa se registrar que será feita uma doação de US$ 3 a uma instituição de sua escolha.
Daí em diante, é mergulhar nos links para descobrir que o mundo dos portais de caridade está em franca expansão. Veja alguns exemplos: CharityMall (www.charitymall.com) consegue doações de até 25% de suas 14 lojas. Click4Kids (www.click4kids.com) levanta fundos exclusivamente para escolas norte-americanas. No Shop2Give (www.shoptogive.com) há promoções "de ocasião", conforme as últimas tragédias -por exemplo, Kosovo e Columbine (escola onde houve assassinatos, nos EUA).
De onde sai o dinheiro das doações? Os "portais de caridade" recebem das lojas uma porcentagem da compra, por terem encaminhado o cliente. E todo mundo sai feliz: a fórmula atende aos desejos de consumo e aos impulsos generosos do cliente.
Será que algum site brasileiro se anima a seguir o exemplo? Não temos falta de causas...

Ops
Hermann Wecke, webmaster do Movimento Anti-Spam (www.antispam.org), escreve para dizer que o movimento nunca enviou reclamações a Rosana Hermann, ao contrário do informado na coluna da semana passada. Na verdade, Rosana havia recebido reclamações de pessoas que afirmaram que iriam denunciá-la ao movimento, e não do próprio, explica.

Arquivo mostra Blake desconhecido
Um Blake desconhecido pode ser visto no fantástico William Blake Archive, que abriga cópias das chapas originais de suas gravuras. (jefferson.village.virginia.edu/blake)

NOTAS



Tipo exportação
O escritório brasileiro da produtora de sites Organic (www.organic.com.br) está exportando criatividade para os EUA: será produzida aqui a nova loja eletrônica da cadeia Athlete's Foot, parte do projeto do mega-site Global Sports Interactive, que está sendo desenvolvido com os escritórios da produtora em Nova York, Chicago e San Francisco.

Mídia e educação
"A Alfabetização para o Século 21" é o tema da palestra de Ricardo Anderáos, jornalista e historiador, no Instituto Itaú Cultural (dia 5, 19h30). Segundo ele, os educadores devem estimular nos alunos uma postura crítica diante da mídia. Mais informações no http://www.itaucultural.org.br.

Site de pai
Dê um site para o seu pai. É essa a sugestão do Museu da Pessoa para o Dia dos Pais (8 de agosto). Quem quiser pode mandar um texto ou entrevista e fotos contando a história de seu pai, e o museu cria uma página que ficará disponível nas seções Acervo Escrito e Histórias de Pais. Informações no www.museudapessoa.com.br.

Sutiã de guarda
O Techno-Bra (ou tecno-sutiã), produto da mente doentia da designer inglesa Kursty Groves, tem um GPS (sistema de posicionamento por satélite), um medidor de batimentos cardíacos e um telefone celular. A idéia é que, detectada uma frequência anormal de batimentos cardíacos, resultado de um susto enorme, a polícia possa ser notificada pela rede de telefonia celular e informada da localização da vítima pelo GPS. Prático, não?

E-mail: ercilia@uol.com.br


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