da Reportagem Local

A melhor notícia relativa à Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) não está propriamente em sua programação de outubro, que é apetitosa e de ousada diversificação. Está, sobretudo, na normalização do sistema de venda de ingressos.
Tornou-se agora altamente improvável que o apreciador da boa música sinfônica bata com o nariz na porta ao tentar comprar um ingresso meia hora antes de cada concerto. Chegou ao fim o mecanismo que levava a Secretaria da Cultura a superlotar com convidados do governo do Estado a nova sala da Estação Júlio Prestes.
Será possível agora saber quantas das 1.509 poltronas da Sala São Paulo, inaugurada há três meses, estarão efetivamente ocupadas em cada récita. Para os dois programas mais recentes, a média foi de dois terços. O que já significa uma progressão do público que se apegava à programação até junho, quando a orquestra ainda ocupava, como sede provisória, o bem menor teatro São Pedro.
Mas vejamos o programa de outubro. O diretor artístico John Neschling mantém a predisposição de ampliar ao mesmo tempo o repertório da orquestra e os ouvidos de seu público. Trará peças pouco executadas, como a "Suíte Turandot", de Busoni, as "Variações sobre um Tema de Frank Bridge", de Britten, ou "Sinfonia nº 4", de Michael Tippet.
Um outro século 20, de linguagem mais ousada, aparece com Bruno Maderna e sua "Serenata nº 2", ou com as "Cinco Peças para Orquestra", de Anton Webern.
E há também peças bem mais conhecidas e correntes, como a "Sinfonia nº 101", de Joseph Haydn, a abertura "Egmont", de Beethoven, ou o "Concerto para Piano e Orquestra nº 2", de Sergei Prokofiev.
Neschling regerá um dos concertos. Um outro será regido pelo diretor artístico-adjunto, Roberto Minczuk. O maestro convidado estrangeiro será o alemão Olaf Henzold.
(JOÃO BATISTA NATALI)


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