São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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NAS LOJAS

Instrumental
JET-SAMBA
     
MARCOS VALLE
Há 19 anos Marcos Valle não gravava um disco no Brasil e há 38 não fazia um disco todo instrumental. Mas "Jet-Samba" não é especial só por isso. Sem precisar recorrer a seus maiores sucessos, como "Samba de Verão", Valle resume nas 12 faixas os vários caminhos de sua música: do samba-jazz ("Jet-Samba") ao baião ("Campina Grande"), do funk ("Bar Inglês") à valsa ("La Petite Valse"). Ele consegue ser sutil no teclado ("Adams Hotel") ou no piano ("Catedral"), e muito suingante à frente de uma cozinha de grandes músicos -em "Selva de Pedra" e "Vem", por exemplo.
POR QUE OUVIR: Às vezes subestimado por causa de algumas canções mais comerciais, Valle é um compositor de assinatura, com estilo marcante. (LFV)
GRAVADORA: Dubas. QUANTO: R$ 40, em média.

MPB
NA RUA, NA CHUVA, NA FAZENDA...
    
HYLDON
Artista hoje cult que freqüentou as paradas de sucesso nos anos 70 com os hits "Na Rua, na Chuva, na Fazenda" e "As Dores do Mundo", Hyldon tem este seu primeiro álbum relançado em edição caprichada no aniversário de 30 anos do disco original. A singeleza quase ingênua de suas canções e o peso quase black music da gravação tornam o álbum um clássico da era. Os textos e as fotos do encarte tornam o relançamento quase ideal -não fossem os remixes modernosos enfiados de "faixas-bônus".
POR QUE OUVIR: Os timbres setentistas e as canções inteligentes são um achado, só esperando para ser redescobertos em sua totalidade. (RE)
GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 26, em média.

Eletrônica
FREE U.S.A.
    
ARTIFICIAL
Investida solo do multi-homem Kassin na eletrônica, o projeto Artificial ganha pelo humor e despretensão, já que seus sons são construídos a partir do videogame Game Boy e seus vocais e letras são inspirados nas sacanagens caricatas de Prince. Investindo em certa "tosquice sofisticada" que é tendência da eletrônica atual, nesta estréia transparecem ecos de Daft Punk, Kraftwerk, Aphex Twin e tecnopop dos anos 80, com sons sintetizados, timbres artificiais, batidas dançantes, vozes robóticas e programações tão retrô quando modernas.
POR QUE OUVIR: Porque é um disco eletrônico brasileiro tão inteligente, divertido e original quanto qualquer contemporâneo estrangeiro. (RONALDO EVANGELISTA)
GRAVADORA: Ping Pong. QUANTO: R$ 20, em média.

Pop/Rock
RIOT ON AN EMPTY STREET
   
KINGS OF CONVENIENCE
O Kings of Convenience é uma das atrações do próximo Tim Festival, em outubro, no Rio. Assim, a EMI apressa-se em lançar aqui este terceiro disco da dupla norueguesa, que saiu lá fora em 2004. Guitarras altas não são sinônimo de rock com atitude, de rebeldia. Dá para quebrar algumas regras com suavidade, lirismo, e o KoC mostra isso com toda a beleza do mundo. Fãs de Belle & Sebastian vão adorar.
POR QUE OUVIR: É um disco de baladas, mas diferentes entre si, como a convidativa "I'd Rather Dance with You" ou a contemplativa "Cayman Islands". (THIAGO NEY)
GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 35, em média

Rap/Rock
PÚBLICO ALVO
   
PAVILHÃO 9
Lá se vão 16 anos desde que esses rappers mascarados apareceram misturando rimas poderosas ao peso do hardcore. Desde então, eles tiraram os capuzes, entraram -e saíram- de uma grande gravadora e desencanaram do rap. Neste sexto trabalho, o Pavilhão 9 volta mais hip hop, apostando nos scratches do DJ Nuts e em (repetitivas) letras de protesto, mas não deixa de agradar aos fãs de hardcore e metal, que vão gostar da participação de Billy, do Biohazard, nos vocais de "Cientistas".
POR QUE OUVIR: Pela caprichada produção, com destaque para as participações de Nuts, Bocato e Apollo 9. (ADRIANA FERREIRA)
GRAVADORA: Sonorabiz. QUANTO: R$ 29, em média.

Rock
BACK TO BEDLAM
  
JAMES BLUNT
Vindo de uma família britânica com tradição militar, em que o pai achava que música era apenas barulho, é de espantar que James Blunt tenha se tornado um músico suave, com um disco de estréia cheio de canções sutis e letras confessionais sobre sua experiência de guerra -esteve no Kosovo em 1999, com o Exército britânico. Infelizmente para Blunt, a falta de estímulo musical em casa deixou marcas perceptíveis em sua atuação como cantor e compositor.
POR QUE OUVIR: Se "One", do Metallica, ainda é o clássico definitivo sobre a guerra, as letras de Blunt, como a de "No Bravery", ganham muito por sua sinceridade. Fora da temática militar, destaca-se "You're Beautiful". (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
GRAVADORA: Warner. QUANTO: R$ 35, em média.


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