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Louis Armstrong é tema do próximo volume
Livro-CD da Coleção Folha Clássicos de Jazz dedicado ao cantor e trompetista chega às bancas no próximo domingo
DA REPORTAGEM LOCAL
Para muitos, ele foi o maior
exemplo de jazzista do século
20. Influência determinante
para os trompetistas e cantores
que foram seus contemporâneos -ou o sucederam-, Louis
Armstrong é o tema do terceiro
volume da Coleção Folha Clássicos do Jazz, que chega às bancas domingo que vem.
Armstrong foi decisivo nos
anos 20, quando o estilo predominante do jazz ainda era o de
Nova Orleans; atuou com desenvoltura na era do swing,
quando o gosto mudou para a
sonoridade das big bands, nos
anos 30 e 40; e, no pós-guerra,
enquanto a vanguarda jazzística partia para o experimentalismo do bebop, montou os All-Stars, sexteto com o qual resgatava a sonoridade dos decênios
anteriores.
Tecnicamente, Armstrong
foi um inovador brilhante, tanto em seu instrumento inicial, a
corneta, quanto no posterior, o
trompete. Variações de timbre,
dedilhados inesperados, quebras rítmicas, cromatismo,
fluência e ousadia harmônica
fizeram seu estilo instrumental
ser largamente imitado tanto
por seus contemporâneos e pelas gerações posteriores.
Para muitos, o vocal de
Armstrong está associado à
emocionante canção "What a
Wonderful World", de 1967,
amplamente utilizada no cinema, em filmes como "Bom Dia,
Vietnã" (Barry Levinson, 1987)
e "Tiros em Columbine" (Michael Moore, 2002), e que fecha
o disco da Coleção Folha.
Dotado de um timbre rouco
peculiaríssimo, Armstrong foi
um dos primeiros intérpretes a
gravar o estilo jazzístico de interpretação vocal conhecido
como "scat" -não por acaso,
registrou álbuns de duetos com
a cantora cujo nome seria praticamente sinônimo de "scat",
Ella Fitzgerald.
Explicações técnicas e musicais, de qualquer forma, só em
parte dariam conta do fenômeno que foi Louis Armstrong,
uma das figuras mais carismáticas da música norte-americana no século passado, um campeão de vendas de discos com a popularidade anabolizada por
suas aparições nas telas, em filmes como "Alta Sociedade"
(1956, que celebrizou a música
"High Society Calipso", faixa
oito do CD da Coleção Folha, e
que trazia no elenco Bing
Crosby, Frank Sinatra e Gene
Kelly) e "Alô, Dolly" (com Barbra Streisand e Walther Mattahau, 1969).
All-Stars
Nascido em Nova Orleans
(cujo aeroporto receberia seu
nome, em 2001), em 4 de agosto de 1901 (a data certa só foi
descoberta nos anos 80, e
Armstrong morreu achando
que tinha vindo ao mundo em 4
de julho de 1900), em família
humilde, o músico tocou inicialmente em sua cidade natal
para depois fazer sucesso em
Chicago e Nova York, nos grupos de King Oliver e Fletcher
Henderson, até montar sua
própria banda.
Com músicos como Barney
Bingard (clarinete) e Jack Teagarden (trombone), Armstrong
estruturou os All-Stars, sexteto
no modelo de Nova Orleans
com o qual tocaria -com mudanças de membros, mas sem
troca na instrumentação- até
o final de seus dias, fazendo
turnês internacionais que
levaram sua arte à Europa,
África, Extremo Oriente e
América do Sul.
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