São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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Louis Armstrong é tema do próximo volume

Livro-CD da Coleção Folha Clássicos de Jazz dedicado ao cantor e trompetista chega às bancas no próximo domingo

DA REPORTAGEM LOCAL

Para muitos, ele foi o maior exemplo de jazzista do século 20. Influência determinante para os trompetistas e cantores que foram seus contemporâneos -ou o sucederam-, Louis Armstrong é o tema do terceiro volume da Coleção Folha Clássicos do Jazz, que chega às bancas domingo que vem.
Armstrong foi decisivo nos anos 20, quando o estilo predominante do jazz ainda era o de Nova Orleans; atuou com desenvoltura na era do swing, quando o gosto mudou para a sonoridade das big bands, nos anos 30 e 40; e, no pós-guerra, enquanto a vanguarda jazzística partia para o experimentalismo do bebop, montou os All-Stars, sexteto com o qual resgatava a sonoridade dos decênios anteriores.
Tecnicamente, Armstrong foi um inovador brilhante, tanto em seu instrumento inicial, a corneta, quanto no posterior, o trompete. Variações de timbre, dedilhados inesperados, quebras rítmicas, cromatismo, fluência e ousadia harmônica fizeram seu estilo instrumental ser largamente imitado tanto por seus contemporâneos e pelas gerações posteriores.
Para muitos, o vocal de Armstrong está associado à emocionante canção "What a Wonderful World", de 1967, amplamente utilizada no cinema, em filmes como "Bom Dia, Vietnã" (Barry Levinson, 1987) e "Tiros em Columbine" (Michael Moore, 2002), e que fecha o disco da Coleção Folha.
Dotado de um timbre rouco peculiaríssimo, Armstrong foi um dos primeiros intérpretes a gravar o estilo jazzístico de interpretação vocal conhecido como "scat" -não por acaso, registrou álbuns de duetos com a cantora cujo nome seria praticamente sinônimo de "scat", Ella Fitzgerald.
Explicações técnicas e musicais, de qualquer forma, só em parte dariam conta do fenômeno que foi Louis Armstrong, uma das figuras mais carismáticas da música norte-americana no século passado, um campeão de vendas de discos com a popularidade anabolizada por suas aparições nas telas, em filmes como "Alta Sociedade" (1956, que celebrizou a música "High Society Calipso", faixa oito do CD da Coleção Folha, e que trazia no elenco Bing Crosby, Frank Sinatra e Gene Kelly) e "Alô, Dolly" (com Barbra Streisand e Walther Mattahau, 1969).

All-Stars
Nascido em Nova Orleans (cujo aeroporto receberia seu nome, em 2001), em 4 de agosto de 1901 (a data certa só foi descoberta nos anos 80, e Armstrong morreu achando que tinha vindo ao mundo em 4 de julho de 1900), em família humilde, o músico tocou inicialmente em sua cidade natal para depois fazer sucesso em Chicago e Nova York, nos grupos de King Oliver e Fletcher Henderson, até montar sua própria banda.
Com músicos como Barney Bingard (clarinete) e Jack Teagarden (trombone), Armstrong estruturou os All-Stars, sexteto no modelo de Nova Orleans com o qual tocaria -com mudanças de membros, mas sem troca na instrumentação- até o final de seus dias, fazendo turnês internacionais que levaram sua arte à Europa, África, Extremo Oriente e América do Sul.


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