São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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Crítica

"Os Infiltrados" mostra busca pela verdade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Na série dedicada ao agente Jason Bourne a pergunta que ele sempre se faz é: quem sou eu? A perda da subjetividade se dá de outro modo em "Os Infiltrados" (HBO, 19h15; não recomendado para menores de 18 anos), embora os pontos coincidentes existam. Exemplo: aqui, Billy (Leonardo DiCaprio) e Colin (Matt Damon) também renunciam a ser quem são, assumem falsas identidades voluntariamente.
Mas nunca perdem a consciência de quem são e de para quem trabalham. Por isso, o que se instala no filme de Martin Scorsese é uma espécie de dupla personalidade dupla: um infiltrado nos domínios de um gângster e outro nos da polícia.
Outra vez, uma questão se coloca: quem é quem? Num mundo em que a crença no outro parece ter desaparecido (e não sem razão), é impossível distinguir se o policial é mesmo um policial ou gângster, ou vice-versa. Isso já existia no passado (é só lembrar dos juízes comprados dos Corleone), mas a verdade, imaginava-se, estavam em algum lugar. Não mais.


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