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CRÍTICA COMÉDIA
"Comer, Rezar, Amar" acumula clichês da comédia dramática
RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA
Você já viu um filme em
que uma mulher em crise
matrimonial vai à Itália para
redescobrir os prazeres simples da vida. Você viu outro
em que a protagonista procura na Índia a iluminação.
E ainda um terceiro, no
qual uma moça tira férias em
uma praia paradisíaca -na
Indonésia, quem sabe- e
acaba esbarrando no amor,
talvez de um latino.
Mas você provavelmente
nunca viu todos eles reunidos em um único filme.
Essa é a proposta de "Comer, Rezar, Amar": comédia
dramática 3 em 1 que domina
o mundo não pela novidade,
mas pelo acúmulo; um tríptico que contempla não só alguns, mas quase todos os clichês do gênero. A estreia é
amanhã.
Julia Roberts viu no best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert, no qual o filme se baseia, a possibilidade
de despertar as fantasias gastronômicas, espirituais e românticas do público; o desejo de largar tudo e recomeçar.
Dirigido por Ryan Murphy
(criador da série "Glee"),
"Comer, Rezar, Amar" prega
aos convertidos: para os
amantes de comédias ou dramas românticos edulcorados, a produção oferece o
prazer fácil do "pot-pourri".
Quem não se inclui na categoria dificilmente verá graça -a não ser no sotaque de
Javier Bardem falando "português" no papel do brasileiro que seduz Liz/Julia.
Todo homem deveria fazer
esforço para entender a alma
feminina. Hoje isso pode significar assistir à adaptação
de um livro vendido para 4
milhões de pessoas -mulheres, em sua maioria absoluta.
Mas talvez seja pedir demais.
COMER, REZAR, AMAR
DIREÇÃO Ryan Murphy
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Julia Roberts, Javier Bardem e
James Franco
ONDE estreia amanhã nos cine
Bristol, Anália Franco e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular
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