São Paulo, quarta, 30 de setembro de 1998

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Anunciante ainda tem dúvidas

da Reportagem Local

Pelo menos dois grandes anunciantes não conseguiram, até agora, decidir se vão ou não veicular suas campanhas no SBT em 1999.
Diretores dessas companhias estiveram na reunião de segunda-feira com Silvio Santos, mas não saíram convencidos de que vale a pena anunciar na emissora.
Vários participantes do encontro no SBT manifestaram publicamente suas dúvidas sobre o acerto da decisão de Silvio Santos de mexer sem parar na programação.
Como outros anunciantes, essas duas empresas estão finalizando nas próximas semanas sua programação publicitária para 1999. O que significa que estão decidindo em que tipo de veículo de comunicação vão colocar seus anúncios -televisão, rádio, imprensa escrita etc. Também já estão escolhendo as emissoras de TV ou jornais.
Para tomar essas decisões, no caso de TV, os diretores das empresas e os publicitários levam em consideração dados como a chamada grade de programação, os níveis de audiência, a composição da audiência quanto à classe socioeconômica dos espectadores.
Essa programação está se tornando muito difícil no caso do SBT, como disseram ao próprio Silvio Santos vários participantes da reunião de segunda-feira.
Com as constantes mudanças na programação, os anunciantes não sabem mais no intervalo de qual programa sua campanha publicitária vai aparecer.
Um exemplo ocorreu na transmissão da entrevista coletiva dada pelo apresentador Carlos Massa, o Ratinho, no dia em que trocou a Record pela SBT. Nos intervalos da entrevista, foram veiculados anúncios de empresas que não colocariam comerciais no programa de Ratinho, como a Nestlé.
Na época, Avelar Vasconcelos, diretor de marketing da Nestlé, explicou que a empresa havia comprado espaço publicitário naquele horário no SBT porque estava programado um filme.
"O anunciante quer o programa com maior audiência do seu público-alvo pelo menor custo, mas também busca certa adequação editorial do programa com o seu produto", explicou.
O mercado publicitário brasileiro movimentou U$ 12,1 bilhões em 1997, segundo pesquisa do Instituto Nielsen. Desse total, a TV ficou com 48%. A maioria dos grandes anunciantes em televisão é de fabricantes de produtos de consumo de massa, como a Gessy Lever e a Brahma.



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