São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011
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CRÍTICA ANIMAÇÃO Biografia em desenho mostra como o mangá ficou adulto DE SÃO PAULO Quem não frequenta lojinhas no bairro paulistano da Liberdade em busca de mangás provavelmente não sabe o que é gekiga ou quem é Yoshihiro Tatsumi. Um belo filme de animação responde. "Tatsumi", dirigido por Eric Khoo, é uma transposição para a tela do gekiga, um termo japonês que define mangás de temática adulta. Em japonês, gekiga quer dizer "figuras dramáticas". O gênero foi criado por Tatsumi na década de 1950. Ele mirava um público mais velho que os adolescentes que devoraram os mangás da época. Fez sucesso e depois muitos desenhistas o seguiram. O filme é quase uma biografia de Tatsumi, mas pouco convencional. É baseado em seu livro de memórias e traz cinco narrativas passadas no Japão do pós-Guerra. Como todo gekiga que se preze, tem drama, violência e questionamentos morais. Não é exagero dizer que Tatsumi fez para o mangá o que o americano Will Eisner fez para os quadrinhos, trazendo ao gênero densidade psicológica e realismo. Eisner chamou suas histórias humanas de "graphic novels", numa clara tentativa de ressaltar que não eram gibis comuns para a garotada. Assim aconteceu com o gekiga, mas atualmente os estilos de mangá absorveram muito dessa cartilha e a diferenciação perdeu o sentido. Para quem não se interessa pela arqueologia do mangá, "Tatsumi" pode ser visto como um desenho adulto bem legal. (THALES DE MENEZES) TATSUMI DIREÇÃO Eric Khoo PRODUÇÃO Cingapura QUANDO hoje, às 15h, no Olido CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Crítica/Drama: "Cisne", de Teresa Villaverde, sofre com falta de ideias e excesso de emoções Próximo Texto: Crítica/Drama: Novo filme confirma domínio narrativo de Hong Sang-soo Índice | Comunicar Erros |
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