São Paulo, sexta, 30 de outubro de 1998

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Jesus acaba em briga e em "Munki"

Reprodução
A banda Jesus & Mary Chain, cujo álbum "Munki" chega ao Brasil



MARCELO OROZCO
do "Notícias Populares"

Briga de família, quando é para valer, nunca termina bem. Os conflitos entre os irmãos Reid acabam de provocar o fim da banda escocesa Jesus & Mary Chain, cujo oitavo e último álbum "Munki" está sendo lançado no Brasil.
Em entrevista à Folha, por telefone, de Londres, o vocalista e guitarrista escocês Jim Reid, 37, anunciou que o Jesus não existe mais. O pivô do fim: seu irmão, o guitarrista e vocalista William Reid, abandonou o palco após uma discussão durante um show em Los Angeles, em 12 de setembro passado.
Em 14 anos de carreira, os Reid tiveram rusgas folclóricas, sempre contornadas. Porém, segundo Jim, as tensões dos últimos dois anos levaram à ruptura definitiva.

Folha - Mês passado, seu irmão William abandonou um show em Los Angeles. Qual é a situação da banda agora?
Jim Reid -
A situação é: este é o fim do Jesus & Mary Chain e "Munki" é nosso último álbum. Não falo com ele (William) desde então. Não estávamos nos dando bem, brigamos muito nos últimos dois anos.
Folha - O Jesus & Mary Chain já encerrou as atividades ou ainda tem datas a cumprir?
Reid -
Faremos dois shows na Grécia em 8 e 9 de novembro. Serão os últimos da banda.
Folha - Quais os planos daqui para frente?
Reid -
Eu e Ben (Lurie, baixista do Jesus) estamos formando uma nova banda com músicos do Spiritualized (Sean Cook e Damon Reece). Ainda nem temos um nome, mas pretendemos lançar um álbum em 1999. Pensamos em fazer algo mais country.
Folha - Então você está cansado de guitarras barulhentas?
Reid -
Não. Adoro barulho. Nunca vou me cansar de guitarras barulhentas.
Folha - Olhando para trás, qual foi o melhor álbum do J&MC?
Reid -
Acho que "Munki" é o melhor. É triste, mas é bom porque nos dá ânimo para continuar.
Folha - Com o fim, o que você pensa que o J&MC representou?
Reid -
Representamos liberdade de expressão. Fizemos exatamente o que quisemos fazer. Fizemos apenas a música que queríamos, sem ceder a pressões. Nunca abrimos mão da integridade artística.



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