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STJ mantém proibição de menores em "Laços"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) Antônio de
Pádua Ribeiro manteve ontem a
proibição à participação de menores no elenco da novela "Laços de Família", da TV Globo.
Pádua Ribeiro negou pedido
da emissora de concessão de liminar suspendendo a decisão
do Tribunal de Justiça do Rio,
que proíbe a exibição de cenas
com menores de idade.
O ministro considerou que a
exibição de cenas com a presença de crianças implicaria risco
de danos à sociedade, como "a
acentuada dissolução dos costumes e dos laços familiares e sociais".
A TV Globo poderá, em tese,
recorrer ao próprio STJ ou ao
STF (Supremo Tribunal Federal). No Supremo, precisará indicar a violação de alguma norma da Constituição Federal.
Prejuízo
A emissora argumentou estar
sofrendo grave prejuízo econômico e lesão de difícil e incerta
reparação. O afastamento dos
personagens afetaria a credibilidade da trama.
Outro argumento da Globo é
que a proibição de cenas consideradas violentas e inadequadas
no horário noturno seria censura na programação e impediria
o livre exercício de atividade relacionada ao entretenimento.
O ministro Ribeiro considerou os argumentos emocionais e
sem embasamento jurídico, segundo a sua assessoria.
Em um despacho de 27 páginas, ele afirmou que a liberdade
de imprensa e de criação artística não poderiam ser consideradas um valor absoluto. Segundo
o ministro, esse direito à liberdade está no mesmo plano de
outros, constitucionalmente assegurados, como a difusão de
programas educativos, artísticos, culturais e informativos e o
respeito a valores éticos e sociais
da pessoa e da família.
Ribeiro afirmou, no despacho,
que eventuais restrições à liberdade de imprensa e de criação
artística não podem ser confundidas com censura, por nada terem de autoritário ou arbitrário
e respeitarem o direito alheio.
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