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Cinema é o responsável pela imagem de sucesso da cultura nos anos FHC; TV se populariza mais
Cinema cresce, mas encolher seria difícil
DA REPORTAGEM LOCAL
O cinema nacional deu visibilidade ao governo lá fora e uma
bandeira para se agarrar aqui
dentro. Segundo o ministro da
Cultura, Francisco Weffort, a "retomada do cinema" foi um dos
principais pontos positivos dos
oito anos de sua gestão.
Em 94, o público total de filmes
nacionais não chegou aos 300 mil,
num ano de apenas sete estréias
brasileiras. Em 93, haviam sido
lançados só quatro filmes e, em
92, três, com 36 mil pagantes.
Após a extinção da Embrafilme,
em 90, a produção começou a ser
incentivada pelas leis de renúncia
fiscal. No começo, timidamente.
Até que, em 95, "Carlota Joaquina", de Carla Camurati, levou 1,3
milhão de pessoas ao cinema.
De 95 a 2002, foram realizados
no país 190 longas, sendo que três
deles ("O Quatrilho", de Fabio
Barreto, "O Que É Isso Companheiro?", de Bruno Barreto, e
"Central do Brasil", de Walter Salles) tiveram indicação ao Oscar
de melhor filme estrangeiro.
O país produziu, no mesmo período, 340 documentários e 669
curtas-metragens, de acordo com
dados do Ministério da Cultura.
O uso das leis foi questionado
quando se tornaram públicos os
primeiros casos de suspeita de
desvio de dinheiro. Os gastos de
dinheiro público em "O Guarani", de Norma Bengell, e "Chatô",
de Guilherme Fontes, com o orçamento recorde de R$ 12 milhões,
foram investigados pelo Tribunal
de Contas da União.
O processo de "O Guarani" ainda não foi concluído. Fontes foi
inocentado e autorizado a captar
mais recursos para concluir seu
filme, inacabado desde 98.
Em 2002, o cinema brasileiro teve 34 estréias e foi marcado pelo
fenômeno "Cidade de Deus", de
Fernando Meirelles. O longa conclui o ano com 3,09 milhões de espectadores e uma indicação ao
Globo de Ouro.
A estimativa de bilheteria geral
para 2002 está entre 92 milhões e
94 milhões. Se alcançado, será o
maior índice desde 1990.
(IF e SA)
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