São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 2002

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Cinema é o responsável pela imagem de sucesso da cultura nos anos FHC; TV se populariza mais

Cinema cresce, mas encolher seria difícil

DA REPORTAGEM LOCAL

O cinema nacional deu visibilidade ao governo lá fora e uma bandeira para se agarrar aqui dentro. Segundo o ministro da Cultura, Francisco Weffort, a "retomada do cinema" foi um dos principais pontos positivos dos oito anos de sua gestão.
Em 94, o público total de filmes nacionais não chegou aos 300 mil, num ano de apenas sete estréias brasileiras. Em 93, haviam sido lançados só quatro filmes e, em 92, três, com 36 mil pagantes.
Após a extinção da Embrafilme, em 90, a produção começou a ser incentivada pelas leis de renúncia fiscal. No começo, timidamente. Até que, em 95, "Carlota Joaquina", de Carla Camurati, levou 1,3 milhão de pessoas ao cinema.
De 95 a 2002, foram realizados no país 190 longas, sendo que três deles ("O Quatrilho", de Fabio Barreto, "O Que É Isso Companheiro?", de Bruno Barreto, e "Central do Brasil", de Walter Salles) tiveram indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
O país produziu, no mesmo período, 340 documentários e 669 curtas-metragens, de acordo com dados do Ministério da Cultura.
O uso das leis foi questionado quando se tornaram públicos os primeiros casos de suspeita de desvio de dinheiro. Os gastos de dinheiro público em "O Guarani", de Norma Bengell, e "Chatô", de Guilherme Fontes, com o orçamento recorde de R$ 12 milhões, foram investigados pelo Tribunal de Contas da União.
O processo de "O Guarani" ainda não foi concluído. Fontes foi inocentado e autorizado a captar mais recursos para concluir seu filme, inacabado desde 98.
Em 2002, o cinema brasileiro teve 34 estréias e foi marcado pelo fenômeno "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles. O longa conclui o ano com 3,09 milhões de espectadores e uma indicação ao Globo de Ouro.
A estimativa de bilheteria geral para 2002 está entre 92 milhões e 94 milhões. Se alcançado, será o maior índice desde 1990. (IF e SA)


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