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São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2003

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FILMES

DOCUMENTÁRIO

Busca pelo prazer move "Jogos, Deuses e LSD"

BRUNO GHETTI
DA REDAÇÃO

Se o assunto é cinema canadense, é possível que os nomes mais lembrados sejam Norman McLaren, Denys Arcand e David Cronenberg. Os anos 90 somaram mais um à lista: o do egípcio Atom Egoyan, diretor do aclamado "O Doce Amanhã" (1997) e produtor executivo de "Jogos, Deuses e LSD", documentário que o Cinemax exibe hoje às 23h45.
Só o fato de ter na ficha técnica um nome de prestígio como o de Egoyan já é capaz de despertar o interesse em torno de um filme. Não se pode avaliar até que ponto pode ter sido esse o caso do relativo sucesso de "Jogos, Deuses e LSD", que ganhou um importante prêmio em seu país, o Genie Award de melhor documentário em 2003. O fato é que, ainda que possua qualidades estéticas e trate de uma temática polêmica (a procura humana por sensações fortes, seja via fanatismo religioso, drogas ou prazer sexual), o filme, de Peter Mettler, traz falhas graves. A maior é não articular muito bem os temas que permeia.
O filme começa com uma visita a um grupo religioso reunido no aeroporto de Toronto. As imagens registram os fiéis gritando, se contorcendo e evocando deuses, numa espécie de transe catártico.
Em seguida, Mettler parte para Las Vegas -capital do prazer-, onde registra imagens do deserto de Nevada, demolições de edifícios e alguns depoimentos interessantes, como o de um homem que diz que "o que move o ser humano é a busca pelo prazer".
A seguir, parte para a Suíça, onde conversa com alguns viciados em heroína, até que chega à mística Índia, onde acaba sua jornada.
"Jogos, Deuses e LSD" alterna imagens calmas e frias com outras belas e alucinógenas, que pretendem remeter à psicodelia. Mas, no fundo, as sensações proporcionadas pelo filme têm mais a ver com os efeitos de uma dose de sonífero. Que o digam seus cansativos (e intermináveis) 180 minutos de duração.


JOGOS, DEUSES E LSD. Quando: hoje, às 23h45, no Cinemax.

Somos todos monarquistas

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Nunca deixamos de ser inteiramente monarquistas. Se nos falta uma verdadeira monarquia, inventamos: o rei da voz, a rainha dos baixinhos etc.
Talvez isso se explique pelo fascínio que exerce um mundo ordenado ao longo de séculos, referendado por Deus, em que o lugar de cada um não é sujeito às instabilidades da riqueza.
Talvez por isso que a história de "Nicholas e Alexandra" (HBO, 12h15) nos comova. Lá está o czar Nicolau e sua mulher Alexandra, boníssimos, cuidando do futuro czar, menino hemofílico. Não nos perguntamos em que grau Nicolau era um assassino (num dos mais altos, seguramente) ao ver o filme de Franklin Schaffner. Apenas choramos pela sorte do czar, do filho, da família, nas mãos dos cruéis bolcheviques. Ah, que bom filme reaça.

FILMES DE HOJE

Os Amigos de Tyler
Record, 12h.

(Two Bits & Pepper). EUA, 95, 92 min. Direção: Corey Michael Eubanks. Com: Joe Piscopo, Lauren Eckstron. Bandidos que não primam pela inteligência resolvem sequestrar duas garotas. A diversão delas será fazer os sequestradores de tontos.

Sheena, a Rainha da Selva
Globo, 15h35.

(Sheena). EUA, 84, 117 min. Direção: John Guillermin. Com Tanya Roberts, Ted Wass. Sheena é uma Tarzã de saias, ou melhor, de saiote, que combate um militar disposto a instaurar a ditadura num país africano democrático. Uma insânia cuja única compensação são os passeios da atraente Tanya em trajes menores.

Dennis, o Pimentinha
SBT, 22h30.

(Dennis the Menace). EUA, 93, 94 min. Direção: Nick Castle. Com Mason Gamble, Walter Matthau. O famoso personagem dos quadrinhos devia ser uma ameaça para os circunstantes, para o sr. Wilson (Matthau) em particular. Dennis atormenta os adultos e deixa meio indiferentes as crianças.

Intercine
Globo, 1h35.

As opções para terça são a comédia "Tieta do Agreste" (Brasil, 96, de Carlos Diegues, com Sonia Braga, Marília Pêra) e o policial "Irresistível Paixão" (EUA, 98, de Steven Soderbergh, com George Clooney, Jennifer Lopez).

Golpe Arriscado
Globo, 4h05.

(Letter to My Killer). EUA, 95. Direção: Janet Myers. Com Mare Winningham, Nick Chinlund. Casal a perigo encontra carta providencial que revela detalhes sobre crime cometido há uns 30 anos. A idéia, claro, é chantagear o culpado. Até por não saberem que, por trás do crime, há uma conspiração tamanho família, que envolve dinheiro graúdo e, portanto, gente idem. Feito para TV. (INÁCIO ARAUJO e BRUNO YUTAKA SAITO)

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