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FILMES
DOCUMENTÁRIO
Busca pelo prazer move "Jogos, Deuses e LSD"
BRUNO GHETTI
DA REDAÇÃO
Se o assunto é cinema canadense, é possível que os nomes mais
lembrados sejam Norman McLaren, Denys Arcand e David Cronenberg. Os anos 90 somaram
mais um à lista: o do egípcio Atom
Egoyan, diretor do aclamado "O
Doce Amanhã" (1997) e produtor
executivo de "Jogos, Deuses e
LSD", documentário que o Cinemax exibe hoje às 23h45.
Só o fato de ter na ficha técnica
um nome de prestígio como o de
Egoyan já é capaz de despertar o
interesse em torno de um filme.
Não se pode avaliar até que ponto
pode ter sido esse o caso do relativo sucesso de "Jogos, Deuses e
LSD", que ganhou um importante prêmio em seu país, o Genie
Award de melhor documentário
em 2003. O fato é que, ainda que
possua qualidades estéticas e trate
de uma temática polêmica (a procura humana por sensações fortes, seja via fanatismo religioso,
drogas ou prazer sexual), o filme,
de Peter Mettler, traz falhas graves. A maior é não articular muito
bem os temas que permeia.
O filme começa com uma visita
a um grupo religioso reunido no
aeroporto de Toronto. As imagens registram os fiéis gritando, se
contorcendo e evocando deuses,
numa espécie de transe catártico.
Em seguida, Mettler parte para
Las Vegas -capital do prazer-,
onde registra imagens do deserto
de Nevada, demolições de edifícios e alguns depoimentos interessantes, como o de um homem
que diz que "o que move o ser humano é a busca pelo prazer".
A seguir, parte para a Suíça, onde conversa com alguns viciados
em heroína, até que chega à mística Índia, onde acaba sua jornada.
"Jogos, Deuses e LSD" alterna
imagens calmas e frias com outras
belas e alucinógenas, que pretendem remeter à psicodelia. Mas, no
fundo, as sensações proporcionadas pelo filme têm mais a ver com
os efeitos de uma dose de sonífero. Que o digam seus cansativos (e
intermináveis) 180 minutos de
duração.
JOGOS, DEUSES E LSD. Quando: hoje, às 23h45, no Cinemax.
Somos todos monarquistas
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Nunca deixamos de ser
inteiramente monarquistas. Se nos falta uma verdadeira monarquia, inventamos: o rei da voz, a rainha
dos baixinhos etc.
Talvez isso se explique pelo fascínio que exerce um
mundo ordenado ao longo
de séculos, referendado por
Deus, em que o lugar de cada um não é sujeito às instabilidades da riqueza.
Talvez por isso que a história de "Nicholas e Alexandra" (HBO, 12h15) nos
comova. Lá está o czar Nicolau e sua mulher Alexandra, boníssimos, cuidando
do futuro czar, menino hemofílico. Não nos perguntamos em que grau Nicolau
era um assassino (num dos
mais altos, seguramente) ao
ver o filme de Franklin
Schaffner. Apenas choramos pela sorte do czar, do
filho, da família, nas mãos
dos cruéis bolcheviques.
Ah, que bom filme reaça.
FILMES DE HOJE
Os Amigos de Tyler
Record, 12h.
(Two Bits & Pepper). EUA, 95, 92 min.
Direção: Corey Michael Eubanks. Com:
Joe Piscopo, Lauren Eckstron. Bandidos
que não primam pela inteligência
resolvem sequestrar duas garotas. A
diversão delas será fazer os
sequestradores de tontos.
Sheena, a Rainha da Selva
Globo, 15h35.
(Sheena). EUA, 84, 117 min. Direção:
John Guillermin. Com Tanya Roberts, Ted
Wass. Sheena é uma Tarzã de saias, ou
melhor, de saiote, que combate um
militar disposto a instaurar a ditadura
num país africano democrático. Uma
insânia cuja única compensação são os
passeios da atraente Tanya em trajes
menores.
Dennis, o Pimentinha
SBT, 22h30.
(Dennis the Menace). EUA, 93, 94 min.
Direção: Nick Castle. Com Mason
Gamble, Walter Matthau. O famoso
personagem dos quadrinhos devia ser
uma ameaça para os circunstantes, para
o sr. Wilson (Matthau) em particular.
Dennis atormenta os adultos e deixa
meio indiferentes as crianças.
Intercine
Globo, 1h35.
As opções para terça são a comédia
"Tieta do Agreste" (Brasil, 96, de Carlos
Diegues, com Sonia Braga, Marília Pêra) e
o policial "Irresistível Paixão" (EUA, 98, de
Steven Soderbergh, com George
Clooney, Jennifer Lopez).
Golpe Arriscado
Globo, 4h05.
(Letter to My Killer). EUA, 95. Direção:
Janet Myers. Com Mare Winningham,
Nick Chinlund. Casal a perigo encontra
carta providencial que revela detalhes
sobre crime cometido há uns 30 anos. A
idéia, claro, é chantagear o culpado. Até
por não saberem que, por trás do crime,
há uma conspiração tamanho família,
que envolve dinheiro graúdo e,
portanto, gente idem. Feito para TV.
(INÁCIO ARAUJO e BRUNO YUTAKA SAITO)
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