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comentário
Falta espaço para a ironia de Vilela
BIA ABRAMO
COLUNISTA DA FOLHA
Talvez seja efeito do
furacão Miguel Falabella, talvez a falta de acabamento no texto
de "Toma Lá, Dá Cá". O fato é que o Arnaldo de Diogo Vilela está um tanto
aquém dos melhores trabalhos do ator.
No humorístico de Falabella, ele interpreta um
dentista, casado com Rita
(Marisa Orth) e ex-marido
de Celinha (Adriana Esteves). O papel é o do chato e
sem imaginação de plantão -e, como o humor de
"Toma Lá, Dá Cá" não é
dos mais sutis, sobra pouco espaço para a ironia de
Diogo Vilela.
Embora sua atuação em
"TV Pirata" seja das que
logo vêm à memória quando se fala no ator, um de
seus primeiros papéis notáveis foi em "Guerra dos
Sexos" (1983), de Silvio de
Abreu. Na novela, inspirada pelas chanchadas brasileiras e pelas comédias românticas holywoodianas,
ele fazia Kico, um sujeito
obcecado por Elvis Presley. Depois da experiência,
ele se tornaria um dos atores prediletos de Abreu.
Além de novelas e da
"TV Pirata", Vilela participou de algumas das melhores séries que foram
produzidas nos anos 90,
como "A Comédia da Vida
Privada" (1995) e "O Auto
da Compadecida" (1999).
Seu tipo tímido, sua maneira de fazer graça meio
insuspeita, mais evidente
quando há humor mais
bem elaborado, estão apagados em "Toma Lá, Dá
Cá". Na verdade, o programa é das mulheres, muito
mais do que os homens,
com destaque para Arlete
Salles, como Copélia, e
Alessandra Maestrini, como Bozena.
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