Apocalíptico "A Dança da Morte" é destaque entre produções dos anos 1990

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Adaptado como poucos autores (de 1979 até hoje, ele só não emplacou filmes em 1981 e 1988 -foram 105 no período), o norte-americano Stephen King chega novamente às prateleiras brasileiras com três DVDs que trazem séries de TV inéditas no formato.
Dois deles, "A Dança da Morte" e "Fenda no Tempo", são adaptações de textos literários de King (o primeiro, um livro; o segundo, um conto) e o terceiro, "Jovem Outra Vez", é um roteiro seu para a televisão.
A qualidade das obras é diretamente proporcional à sua duração, ainda que nenhuma delas seja exatamente curta:
"Fenda no Tempo", o único DVD simples (os outros são duplos), tem 179 minutos. O melhor dos três é "A Dança da Morte" (1994), que condensa em 358 minutos as mais de 1.100 páginas do excelente livro homônimo (péssima versão para o título original, "The Stand", a resistência).
Com um bom elenco, que inclui Gary Sinise (pré-fama com "Forrest Gump") e Molly Ringwald (pós-fama com "A Garota de Rosa Shocking"), o filme conta a apocalíptica história dos poucos sobreviventes de uma praga criada em laboratórios do governo dos EUA.
Vagando perdidos e sem futuro, eles vão aos poucos se alinhando em torno de duas figuras antagônicas: mãe Abigail, uma velha negra com uma fazenda de milho (alimento-fetiche de King), e Randall Flagg, o diabo encarnado.
O que se segue é a velha batalha bíblica entre o bem e o mal, narrada com as reviravoltas costumeiras de King.

Rejuvenescido
"Jovem Outra Vez" (1991, 236 minutos) tem em comum com "A Dança..." a participação do governo em experiências de laboratório que dão errado e servem de gatilho para a trama.
Aqui, um faxineiro prestes a completar 71 anos é vítima do acidente e começa a rejuvenescer, o que lhe dará problemas não apenas com sua idosa esposa mas também com o governo, que tenta encobrir suas experiências e o resultado delas.
O elenco tem vários canastrões e atores B, além de uma Felicity Huffman antes da fama com "Desperate Housewives".
Já "Fenda no Tempo", dirigido por Tom Holland, é uma prova do impressionante declínio do diretor, que fez o ótimo "A Hora do Espanto" (1985).
Não que o elenco, os efeitos especiais ou a história -sobre um grupo de passageiros que atravessa uma fenda temporal e se depara com um mal desconhecido- ajudem, mas Holland não precisava ter queimado seu filme desse modo.

FENDA NO TEMPO
Direção: Tom Holland
Avaliação: ruim
Distribuidora: Paramount
Quanto: R$ 29,90 (cada um)

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