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SPFW celebra novo glamour jovem
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
A São Paulo Fashion Week
aponta novas diretrizes para
a moda jovem. O jeans se confirma como um dos itens mais fortes
da criação brasileira, não apenas
pela presença marcante nas coleções, mas pelo tratamento diferenciado que foi conseguido pelos
estilistas.
Mesmo os pequenos, como
Caio Gobbi, obtêm resultados
criativos. Ele tem bons momentos
nas calças mais claras, no azulzinho, que ganham fechos atrás das
pernas, arredondando as formas
do bumbum.
Já na coleção retrô de Alexandre
Herchcovitch, as lavagens têm
simpática cara vintage, e detalhes
como pregas bem-humoradas e
golas arredondadas em jaquetinhas emprestam personalidade
aos looks.
Na Triton, excelentes momentos no índigo envelhecido, com
memória. Incrível o macacão de
Jeísa, e deliciosa a jaquetinha estruturada, com manga desbotada.
A música continua como grande denominador do estilo jovem,
aglutinando gostos de estilos e gêneros. Nas passarelas, o hip hop
de Missy Elliot embala o streetwear; o electro com tempero anos
80 inspira os mais modernos. A
confusão conceitual apareceu na
Triton, supostamente tratando do
universo da música e dos after-hours, mas trazendo em muitos
momentos muito mais a atmosfera rústica da marca italiana D&G
do que o que realmente rola nas
madrugadas paulistanas.
Ao menos, as Triton Girls deixam de lado sua discreta deselegância sexy para investir numa
nova feminilidade, com mais atitude. É uma juventude mais situada, ainda que ligada em valores de
diversão. E o militarismo vem como forma de protesto, como no
caso da Vide Bula, mas também
como elemento fashion (de novo
em Gobbi) e na coleção de fanfarra que mistura SP e Rússia de
Sommer. Nessa história, volta
triunfal a t-shirt, com desenhos
bacanas, e até mensagens. Divertidas, politizadas ou ambas.
O glamour rústico e suas variações, em tricôs, cartela de cores e
estamparia, de fato são tendência.
Bem marcante no masculino, como em Mario Queiroz e sua inspiração no grande cajueiro do Rio
Grande do Norte, com música
dos pernambucanos do Cordel do
Fogo Encantado, daí a conexão
com o streetwear detonado com o
movimento mangue beat. Também em Maxime Perelmuter,
com as cores das Paineiras em novos e frescos camuflados.
Os paetês, ainda que sobre xadrezes, como em Herchcovitch,
servem para alegrar os olhos, superliberado para dia e noite.
Outra grande volta é o grunge,
misturando tudo, jogando tudo,
na maneira de combinar ou mesmo na silhueta, mais largada.
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