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Foco
Boate de prostituição em Copacabana pode virar Museu da Imagem e do Som
DA SUCURSAL DO RIO
O governador Sérgio Cabral quer transformar a boate
Help, principal ponto de turismo sexual do Rio, na sede
de um ampliado e moderno
MIS (Museu da Imagem e do
Som). A desapropriação do
terreno de 1.600 m2, situado
diante da praia de Copacabana, foi publicada no Diário
Oficial de anteontem, mas o
decreto 41.151 poderá levar
tempo para se concretizar.
O Estado terá de propor
uma indenização aos proprietários do terreno e negociar o valor na Justiça, assumindo o controle dois meses
após o pagamento. Também
funcionam na área dois restaurantes. Os donos se disseram surpresos com a notícia.
O MIS tem duas sedes no
centro, mas enfrenta problemas de preservação e exposição do material. Os prédios
ganhariam outras funções.
A secretária estadual da
Cultura, Adriana Rattes, estima que, até o início de março,
lançará o projeto do novo
MIS. Ela diz que o orçamento
será coberto com parcerias
com a iniciativa privada.
"Vamos potencializar o
acervo do MIS, praticamente
restrito a pesquisadores.
Com novas tecnologias e a localização em Copacabana,
podemos atrair um grande
público, inclusive turistas. É
um acervo muito ligado ao
Rio, com samba, bossa nova,
rádio e cinema", diz Rattes.
Desde a posse de Cabral, há
um ano, o museu é dirigido
pela pesquisadora musical
Rosa Maria Araújo, que dividiu a autoria do espetáculo
"Sassaricando" com Sérgio
Cabral, pai do governador.
A Help surgiu em 1984, ainda como discoteca de classe
média alta. No final dos anos
80, virou o maior espaço de
prostituição da cidade.
Thaddeus Blanchette, antropólogo norte-americano
radicado no Rio e co-autor do
estudo "Nossa Senhora da
Help: sexo, turismo e deslocamento transnacional em
Copacabana", estima em
mais de mil as garotas de programa que freqüentam a boate no verão. Elas não têm vínculo com a casa e pagam para
entrar (R$ 22 até a 0h e R$ 32
após), trabalhando por conta
própria.
"A tendência, com o fim da
Help, é que se fortaleça o controle dos donos da noite. Pode haver uma profissionalização no mau sentido", diz.
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