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Comida - Crítica
Recém-inaugurado, Heleno tenta pintar painel colorido do Mediterrâneo
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
A noção de que o mar Mediterrâneo e sua região
podem inspirar uma
cozinha ricamente variada vem
crescendo, como mostra o recém-inaugurado Heleno.
Até bem pouco tempo, os restaurantes que usavam o rótulo
de "mediterrâneos" tinham
cardápios apenas italianos. Esqueciam os demais países e
seus traços culinários comuns.
Não foi o caso do chef Pedro
Tannus. Com 28 anos, nascido
em Campinas (interior de São
Paulo), ele chegou a cursar faculdade de Letras, mas decidiu
se tornar cozinheiro. Estudou
no Senac em Águas de São Pedro, estagiou em casas como o
La Vecchia Cucina e o Charlô,
montou um bufê, trabalhou no
hotel Meliá e, no final de 2007,
abriu o Heleno em sociedade
com sua mulher, Helena Legun, 23, responsável pelo salão.
Fisicamente, o restaurante é
moderno e clean, mas a frieza
do ambiente (cujo estertor está
num área pintada de verde hospitalar) em nada lembra a luminosidade e o calor do Mediterrâneo. Já o cardápio homenageia pratos árabes, gregos, espanhóis, tentando pintar um
painel colorido da região, embora franceses e italianos terminem dominando.
Uma seção é inteiramente
dedicada a tapas, algumas com
toque pessoal: coxa de pato
confit (macia) com melaço
de romã; vieira grelhada (dura)
com azeite de ervas; charutinho de repolho e folha de uva
com toque de limão; lula
recheada com erva-doce, bacon
e nozes em molho picante
de tomate.
Há pratos ecumênicos, como
a truta com estragão e tâmaras
com arroz de castanhas; a entrada fatah (pão sírio crocante
umedecido em molho de tomate com carne de cordeiro e especiarias ao molho de iogurte e
tahine); kafta de cordeiro ao
molho de ervas com purê de
grão-de-bico. Depois, há massas e risotos (como o de lagostins e vieiras com pimenta-vermelha); e pratos como um suculento magret de pato com vinagre balsâmico, champignon e
arroz de cereais e miolo de contrafilé (mais passado que o pedido e sem sal) com cebolas carameladas (muito doces), servido com linguini na manteiga de
sálvia e estragão.
Como sobremesa, crepe de
cuscuz marroquino com queijo
de cabra cremoso, mel e pimenta-da-jamaica, nada doce (para
o bem e para o mal).
josimar@basilico.com.br
HELENO
Avaliação: regular
Endereço: r. Dr. Mário Ferraz,
37, Itaim Bibi, tel. 0/ xx/11/
2129-7906
Funcionamento: seg., das 12h
às 15h; ter. a sex., das 12h às 15h
e das 18h à 0h; sáb., das 12h às
17h e das 19h à 0h; dom., das 12h
às 17h (exceto no Carnaval)
Ambiente: moderno, mas frio
Serviço: correto
Vinhos: carta não muito ampla,
mas variada
Cartões: A, V
Estacionamento com
manobrista: R$ 8 (almoço) e R$
12 (jantar)
Preços: couvert, R$ 8; entradas,
R$ 10 a R$ 35; pratos principais,
R$ 28 a R$ 78; sobremesas, R$
17 a R$ 21
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