São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2009

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TRECHOS

CAETANO - Até hoje tenho um sonho de algum dia fazer um trabalho com ele [Tom] e nunca propus isso a ele por-que eu fico muito tímido diante dele. Por outro lado, como eu não sou um bom músico, eu fico duplamente tímido. [...] Tenho um ouvido musical mediano, consigo rememorar melodias, cantar coisas, toco violão, faço har-monia certa, se estiver errado eu sei pegar. O Tom está por dentro disso, ele sabe. Agora, o meu negócio foi outra coisa. O meu negócio foi que eu tinha algumas ideias sobre o problema de música popular no Brasil e coloquei essas ideias em ação. [1971]

TOM - Para não ser do júri [do festival da canção], pe-guei uma música que não é de festival, uma música toda complicada, cheia de modu-lações, nada popular, e botei lá para me livrar. Estava certo de que não chegaria à fase nacional e cheguei, apesar de meus amigos terem votado contra mim e meus inimigos terem votado a favor. [1969]

CHICO - Quando era ga-roto, 16, 17 anos, fui preso umas três vezes. [...] Estuda-va num colégio de gente bem rica em São Paulo, onde era um dos mais pobres da clas-se. Meus colegas iam à aula de Mercedes, chofer. Eu era aquele que apanhava ônibus e carona. [...] Aí... comecei a roubar automóveis. Roubei automóveis... (ri e fica verme-lho). [...] A gente descia com o carro na maciota, abria o vi-dro. Isso sei até hoje. Se al-guém esquecer a chave den-tro do carro, sei abrir. [1975]


Extraídos de "O Som do Pasquim"


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