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CINEMA - "ECOS DO ALÉM"
Quando "Sexto Sentido" encontra "Beleza Americana"
da Reportagem Local
Curto e grosso, "Ecos do Além",
produção americana que entra
em cartaz hoje no Brasil, é sobre
um menininho que vê pessoas
mortas. Cópia oportunista do sucesso que tem Bruce Willis no
elenco, o mais bem-sucedido filme sobre o além desde "Ghost"?
De jeito nenhum.
"Ecos do Além" ("Stir of
Echos", 98/99) caminha por um
outro... sentido.
Mesmo assombrado pelo fantasma do "déjà vu", o filme que
estréia, para começar, foi realizado alguns meses antes de "O Sexto Sentido".
Estrelado pelo canast..., ops,
ator Kevin Bacon, "Ecos do
Além" é um bom fruto da safra de
horror que contou a história da
cinematografia hollywoodiana no
ano passado, ao lado de "A Bruxa
de Blair" e "O Sexto Sentido".
É interessante notar, "Ecos do
Além" promove um encontro do
sobrenatural com, vamos dizer,
"Beleza Americana", o papa-Oscar. No caso, Kevin Bacon faz as
vezes do xará Spacey, um sujeito
qualquer, cercado de vizinhos
quaisquer que moram em um
bairro qualquer. Agraciado por
uma vida normal miserável, enfadonha. "Nunca quis ser famoso.
Apenas nunca desejei ser tão normal", reclama.
Como em "Beleza Americana",
um catalisador do destino acontece na vida do Kevin, o Bacon, e joga para o alto o pobre cotidiano
do rapaz. É aqui que "Ecos do
Além" opta pela estrada do...
além. E o filme decola.
O menino que vê pessoas mortas, em geral, e uma certa garota,
em particular, é filho de Kevin Bacon. Mas o pai não sabe. Acha o
garoto meio esquisito.
Num dado momento, em uma
roda de pessoas cujo papo versa
sobre os poderes paranormais de
uma velha amiga, Bacon, no caso
o cético Tom Witzky, é hipnotizado por brincadeira.
No transe, Tom deve imaginar
que está em uma sala de cinema,
escura, com a tela em branco, na
qual algumas letras começam a
surgir. E, por essa esquisita sessão
criada na mente de Tom, estabelece-se uma comunicação com
mortos, pelo menos os que necessitam de comunicação.
Tom foi escolhido. E, de algum
modo, o espectador também.
Principalmente os que se envolvem com um filme assim, sentados no escuro do cinema, esperando algo aparecer na tela. É o cinema na versão centro espírita.
Tom, o cético, insatisfeito com
seu cotidiano, encontra uma motivação. Mórbida, mas que dá novo sentido à sua vida: o da perturbação mental. E é o momento em
que Bacon se dá melhor.
Bacon/Tom vai se aliar ao filho
(diz a crença, crianças são ótimas
"receptoras" dessas coisas do
além, e Hollywood sabe disso) na
missão de sossegar a garota que
morreu, mas insiste em aparecer
para conversar com o menino.
"Ecos do Além" traz dois sucessos em um só, acrescido do fator
"drama psicológico", bem conduzido pela câmera claustrofóbica
de David Koepp, colaborador
preferido de Brian De Palma.
(LÚCIO RIBEIRO)
Avaliação:
Filme: Ecos do Além (A Stir of Echoes)
Direção: David Koepp
Produção: EUA, 1999
Com: Kevin Bacon, Kathryn Erbe e Illeana
Douglas
Quando: a partir de hoje, nos cines
Anália Franco1, Gemini 2 e circuito
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