São Paulo, sábado, 31 de março de 2001

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PANORÂMICA

CINEMA

Frederick Wiseman debate sua obra com João Moreira Salles, no Rio
O documentarista norte-americano Frederick Wiseman participa de debate sobre a sua obra com o brasileiro João Moreira Salles, amanhã, às 17h, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, dentro da programação do festival É Tudo Verdade.
Antes, às 15h30, será exibido "Titicut Follies", primeiro filme de Wiseman, que trata das condições dos internos no manicômio judiciário de Bridgewater, em Massachusetts.
Realizado em 67, o filme foi proibido pela Suprema Corte do Estado de ter exibições públicas durante 25 anos, por ser julgado invasivo à intimidade de pessoas alienadas. Em 91, Wiseman obteve de um juiz da mesma Corte a liberação do filme, com base na proteção da 1ª Emenda.
João Moreira Salles diz que Wiseman é o documentarista que mais o influenciou nos últimos cinco anos e que é o autor do "cinema mais político que os Estados Unidos já viram". Os 32 filmes feitos por Wiseman até hoje -dos quais oito estão sendo exibidos no festival- abordam sempre as grandes instituições americanas, como polícia, escola, hospitais, seguridade social. Este ano, ele concluirá outro sobre violência familiar.
"Se entendermos política como uma análise do poder na sociedade, veremos que o cinema de Wiseman é isso. É sobre como as pessoas se submetem às instituições, e o poder acaba se degenerando em pequenos atos de crueldade e opressão. Mostra como você se modifica em contato com essa lógica burocrática e como isso modifica você ao atravessar uma instituição. Essa é a essência de uma análise política dos EUA", diz Moreira Salles. (DA REPORTAGEM LOCAL)



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