São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 2002

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DJ britânico acorda clubbers com 'Pontapé'

DA REPORTAGEM LOCAL

Carl Cox, 39, não pára. Ele acaba de lançar "Global", talvez o disco de remix mais esperado do ano, se prepara para lançar um CD com músicas inéditas para breve, vai tocar num monte de festivais de verão e, ufa, tem tempo para descobrir talentos, como o brasileiro Renato Cohen.
Simpático, Cox falou à Folha sobre tudo isso. E em especial sobre as apresentações que fez no Brasil, no final de 2001: "Não lembro direito porque estava sempre muito bêbado... Meu Deus, foi incrível. Cerveja, multidões e calor".
"Foi a primeira vez que estive no Brasil. Abracei a causa, sabe? Todas as festas foram de padrão altíssimo. As pessoas sabiam quem eu era e estavam lá só para me ouvir", recorda. "O mais legal era que ninguém me olhava como se eu fosse Deus. Eu era um cara comum ali, tocando para uma galera de energia muito boa."
Cox é dono do In-Tech, um dos mais importantes selos de tecno do mundo. Há alguns meses, começou a tocar "Pontapé", do DJ paulistano Renato Cohen. Deu tão certo que Cox resolveu lançá-la. É a primeira vez que um DJ brasileiro de tecno tem uma faixa lançada por um selo desse porte.
"Não sabia nada sobre o Renato. Só sei que quando ouvi a música ["Pontapé'" pensei: "Que diabo é isso?". A música arranca o teto de qualquer festa. É uma faixa potente de tecno, mas não chega a ser desagradavelmente pesada, entende? É uma ótima música para ser tocada mais para o fim da noite, para acordar as pessoas. É difícil encontrar uma faixa dessas."
Na opinião dele, "Pontapé" tem muito a ver com a sua própria história. "Acho que é uma música que reúne as pessoas na pista. Adoro isso. É nisso que penso quando faço minhas músicas", diz. "Por isso, resolvi lançar o disco e dar um empurrãozinho no trabalho do Renato. Acho que essa é uma das funções mais importantes que um DJ conhecido deve cumprir. Encontrar novos talentos e fazer com que o maior número de pessoas o conheça."
"Meu raciocínio é mais ou menos assim: se eu ajudar o Renato Cohen a ficar famoso, e acho que isso vai acontecer, uma leva de outros produtores brasileiros vai poder emergir, porque é assim que a coisa funciona", diz o mestre. Inshallah! (CLAUDIA ASSEF)



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