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DJ britânico acorda clubbers com 'Pontapé'
DA REPORTAGEM LOCAL
Carl Cox, 39, não pára. Ele acaba de lançar "Global", talvez o disco de remix mais esperado do
ano, se prepara para lançar um
CD com músicas inéditas para
breve, vai tocar num monte de
festivais de verão e, ufa, tem tempo para descobrir talentos, como
o brasileiro Renato Cohen.
Simpático, Cox falou à Folha
sobre tudo isso. E em especial sobre as apresentações que fez no
Brasil, no final de 2001: "Não lembro direito porque estava sempre
muito bêbado... Meu Deus, foi incrível. Cerveja, multidões e calor".
"Foi a primeira vez que estive no
Brasil. Abracei a causa, sabe? Todas as festas foram de padrão altíssimo. As pessoas sabiam quem
eu era e estavam lá só para me ouvir", recorda. "O mais legal era
que ninguém me olhava como se
eu fosse Deus. Eu era um cara comum ali, tocando para uma galera de energia muito boa."
Cox é dono do In-Tech, um dos
mais importantes selos de tecno
do mundo. Há alguns meses, começou a tocar "Pontapé", do DJ
paulistano Renato Cohen. Deu
tão certo que Cox resolveu lançá-la. É a primeira vez que um DJ
brasileiro de tecno tem uma faixa
lançada por um selo desse porte.
"Não sabia nada sobre o Renato. Só sei que quando ouvi a música ["Pontapé'" pensei: "Que diabo
é isso?". A música arranca o teto de
qualquer festa. É uma faixa potente de tecno, mas não chega a ser
desagradavelmente pesada, entende? É uma ótima música para
ser tocada mais para o fim da noite, para acordar as pessoas. É difícil encontrar uma faixa dessas."
Na opinião dele, "Pontapé" tem
muito a ver com a sua própria história. "Acho que é uma música
que reúne as pessoas na pista.
Adoro isso. É nisso que penso
quando faço minhas músicas",
diz. "Por isso, resolvi lançar o disco e dar um empurrãozinho no
trabalho do Renato. Acho que essa é uma das funções mais importantes que um DJ conhecido deve
cumprir. Encontrar novos talentos e fazer com que o maior número de pessoas o conheça."
"Meu raciocínio é mais ou menos assim: se eu ajudar o Renato
Cohen a ficar famoso, e acho que
isso vai acontecer, uma leva de
outros produtores brasileiros vai
poder emergir, porque é assim
que a coisa funciona", diz o mestre. Inshallah!
(CLAUDIA ASSEF)
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