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crítica
Filme trata Hitler com sarcasmo
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
Uma antiga e ainda
funcional fórmula
marxista prega
que a história acontece
primeiro como tragédia e
se repete como farsa. Sua
validade cabe, por exemplo, para dois momentos
do cinema alemão recente
que, depois de reconstituir
a derrocada das lideranças
nazistas em "A Queda",
traça um retrato sarcástico dos últimos dias de Hitler em "Minha Quase
Verdadeira História".
Não chega, porém, a ser
cômico o filme dirigido
por Dani Levy, cineasta
suíço de origem judaica.
Também pudera. Seria difícil conseguir fazer rir da
absurda ideia de afeição
construída a partir do encontro entre um diretor de
teatro judeu retirado de
um campo de extermínio
para ajudar Hitler a manter de pé a crença na superioridade ariana.
É do lado da farsa que o
filme carrega algum interesse: aquela montada para o nazismo se manter no
poder, a de um grupo de
facínoras que encena um
domínio que já não passava de ficção e, enfim, a de
um homem fraco que projeta uma imagem superior
à força de extermínios.
O filme expõe com acuidade esses aspectos, enfatizando a figura de Goebbels que encena para manter tudo e todos como reféns de sua "criação".
O problema aqui é não
nos permitir distinguir a
farsa da tragédia, o que
aproxima o filme de um
revisionismo perigoso.
MINHA QUASE
VERDADEIRA HISTÓRIA
Lançamento: Europa
Quanto: R$ 40, em média
Avaliação: regular
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