São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 2011 |
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CRÍTICA Mistura de história e ficção delirante dá novo fôlego a série
ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Nas telas desde o ano 2000, a franquia "X-Men" revela as origens de seus heróis e vilões superpoderosos neste quinto episódio -tema pouco explorado nas histórias em quadrinhos que deram origem à série. Antes de se tornarem arquiinimigos, Charles Xavier (Professor X nos outros episódios) e Erik Lehnsherr (Magneto) combateram juntos, tentando salvar o mundo da catástrofe nuclear. Os dois só rompem depois de terminada a tarefa. No fundo, a ruptura não surpreende. Afinal, Xavier, o sábio mutante telepata, recruta jovens mutantes para evitar o apocalipse atômico. Ele acredita na convivência pacífica dos mutantes com os humanos normais. Já Erik desdenha dos humanos sem poderes e não age movido por sentimentos nobres, mas pela vingança: tudo o que quer é eliminar o grande vilão da história, o homem que matou sua mãe. Trata-se de um chefe nazista que adotou nova identidade e é perseguido por Erik. Enquanto dura a aliança, Xavier e Erik treinam os recrutas, formando os X-Men. O pano de fundo é a crise dos mísseis nucleares em Cuba, em 1962, o ponto alto da Guerra Fria, conflito no qual tanto os EUA como a URSS usam seus mutantes. A escolha da época é coerente e vai agradar os puristas, pois a história em quadrinhos foi criada pouco depois, em setembro de 1963. Os equipamentos, os cenários da base dos "malvados", os figurinos, tudo exala um perfume retrô, um tanto kitsch. Isso cria uma atmosfera de "filme de época", um distanciamento que permite a leitura humorística, do tipo Austin Powers. Alguns personagens secundários têm densidade psicológica, como Raven/ Mística e a Hank/Fera, algo raro em filmes de ação para adolescentes. Os dois vivem em crise de identidade, pois querem "ser normais". O maniqueísmo geopolítico da Guerra Fria se tornou um clichê irritante, mas aqui ele se acopla perfeitamente ao maniqueísmo da série. Cambaleante desde os dois últimos episódios, a franquia ganhou novo fôlego ao misturar história e ficção científica delirante sem nenhuma cerimônia. X-MEN: PRIMEIRA CLASSE DIREÇÃO Matthew Vaughn PRODUÇÃO EUA, 2011 COM James McAvoy, Kevin Bacon, Michael Fassbender ONDE circuito a definir CLASSIFICAÇÃO não informada AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Mostra resgata o melhor de Odete Lara Índice | Comunicar Erros |
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