São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999 |
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DISCO Novo CD da compositora paulistana, o primeiro com sua banda, está sendo mixado e sairá em setembro Ná Ozzetti prepara seu "Estopim"
CARLOS BOZZO JUNIOR especial para a Folha Há cerca de dois anos, a cantora e compositora paulistana Ná Ozzetti, 40, faz shows para trabalhar a unidade de som de sua banda, formada pelo percussionista Caíto Marcondes, o baixista Geraldinho Vieira e os violonistas Kiko Moura e Dante Ozzetti. Esse trabalho culminou com a gravação de um CD, ainda em fase de mixagem, que deve ser lançado em setembro e pode levar o nome "Estopim", uma das músicas, de Luiz Tatit. É o primeiro disco de sua banda. "Fiquei com muita vontade de fazer um trabalho em que pudéssemos explorar mais essa unidade sonora", disse a cantora, que depois de integrar o grupo Rumo, de 78 a 92, já gravou três discos: "Ná Ozzetti", em 93; "Ná", em 94, e "Lovelee Rita", em 96. Segundo ela, seus discos anteriores não apresentavam essa unidade: "De certa forma, nos outros a gente foi chamando diferentes pessoas para tocarem no estúdio. Neste, há essa formação (baixo, violões e percussão) que é a mais básica na música brasileira. O que difere é a maneira de brincarmos com essa linguagem." O CD leva os arranjos de Dante Ozzetti, 42. Percebe-se, ao ouvi-lo, que ambos sempre estudam novas possibilidades de retrabalhar o básico, formando uma textura musical em que a base da música é quase imperceptível. "Processamos isso gravando os violões e o baixo para formarem um corpo para a música. Aí vem o Caíto, incorpora e traduz para o instrumento dele, sem mudar a natureza do que veio, realçando mais ainda a idéia", disse Ná. Em alguns momentos do CD, que conta ainda com um naipe formado por violoncelo, viola e flauta, tem-se a impressão de que o percussionista é um polvo tocando. É que o naipe foi gravado depois, mas o disco foi feito em três dias e praticamente sem emendas, como se fosse ao vivo. "Todo mundo acha que o Caíto toca dobrando os instrumentos, só que ele tocou tudo de uma vez só, e utilizou apenas as mãos", disse Ná. Embora tenha participado de todo o processo de gravação de seus discos, neste ela assumiu também a produção executiva. "Acho que já tenho maturidade para isso e os músicos que participam também. Primei por ter uma boa captação de som, para depois contar com a mixagem do Luiz Serafim, que é meu braço direito e esquerdo nessa produção." Serafim é um dos profissionais mais requisitados atualmente para mixar discos de artistas da MPB; já trabalhou com Milton Nascimento, Caetano Veloso e Roberto Carlos. O disco, que deve ser lançado em setembro, tem 14 faixas gravadas a um custo final aproximado de R$ 50 mil, mas ainda é independente. "Ou você tem uma puta retaguarda ou faz seu trabalho sair por conta de uma estrutura própria", disse. "Temos um disco pronto e se esperarmos por uma negociação, que às vezes demora um ano para se concretizar, corremos o risco de perder o pé do trabalho e a banda já terá debandado", disse a cantora, que ainda não descarta a possibilidade de negociar com uma gravadora. Texto Anterior: Música: Osesp encerra hoje o Festival de Inverno Próximo Texto: Trecho de Capitu Índice |
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