São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2001 |
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A morte e a morte de Kurt Cobain
LIVRO MOSTRA QUE MÚSICO PODERIA TER SOFRIDO OVERDOSE
SÉRGIO DÁVILA DE NOVA YORK Se não tivesse se suicidado, Kurt Cobain teria morrido de overdose de heroína naquela mesma manhã de 5 de abril de 1994. Esta é uma das principais revelações da biografia "Heavier than Heaven", escrita pelo jornalista Charles R. Cross, que acaba de ser lançada nos EUA. Antes de puxar o gatilho da espingarda que arrebentou o céu de sua boca e o matou aos 27 anos, o líder do Nirvana e uma das mais famosas estrelas do rock havia injetado em seu braço US$ 50 de heroína mexicana, o suficiente para matá-lo em poucas horas. Durante quatro anos, Cross falou com 400 pessoas ligadas direta ou indiretamente ao autor de "Smells Like Teen Spirit". Ainda, foi o primeiro biógrafo a ganhar acesso aos 28 diários escritos a mão em cadernos de espiral pelo próprio artista desde a sua adolescência. Primeira apresentação Entre outras descobertas do jornalista está a primeira referência que Cobain faz à heroína, em 1990, e seu plano de se viciar deliberadamente. Mas a mais saborosa é mesmo uma fita com a primeira apresentação pública de Cobain, em 1987, numa festa de aniversário em Aberdeen, sua cidade-natal, em Washington. A banda nem sequer tinha nome, mas já contava com Novoselic no baixo e um baterista chamado Aaron Burckhard. Entre as músicas, várias que depois apareceriam nos álbuns do Nirvana, como "Downer", "Mexican Seafood" e "Hairspray Queen". Charles R. Cross, 44, foi durante 15 anos editor do semanário "The Rocket", espécie de porta-voz não-oficial do movimento grunge. Escreveu outras duas biografias musicais, sobre Bruce Springsteen e o Led Zeppelin. O lançamento do livro, que não tem previsão de chegada ao Brasil, acontece às vésperas do 10º aniversário de "Nevermind", o álbum de 24 de setembro de 1991 que detonou o último movimento do rock. Leia a seguir a entrevista que Charles Cross concedeu à Folha. Folha - O que mais o impressionou lendo os 28 diários? Folha - Há planos de lançamento
da fita com a primeira aparição pública de Cobain? Folha - Como você pode ter certeza de que se trata mesmo da primeira aparição pública? Folha - Há um mito, perpetuado
pelos fãs, de que Courtney Love teria apresentado a heroína a Cobain, quando o fato é que aconteceu o contrário. Por que ela ganhou
esta fama de Yoko Ono do grunge? Folha - O que você acha das insinuações do documentário "Kurt
and Courtney", de Nick Broomfield? A principal sendo a teoria do
assassinato de Cobain encomendado por Courtney. Folha - No livro, você sugere que
os três meses em que Cobain foi
tratado com o remédio Ritalin na
infância por ser uma criança hiperativa podem ter criado a base para
sua dependência química na vida
adulta. Folha - Kurt Cobain não era um
loiro natural, tingia o cabelo constantemente. Essa vaidade não está
um tanto deslocada numa personalidade suicida? HEAVIER THAN HEAVEN - A BIOGRAPHY OF KURT COBAIN. De: Charles R. Cross. Editora: Hyperion Books. Quanto: US$ 24,95 (cerca de R$ 63,50). 380 págs. Onde comprar: www.charlesrcross.com; www.amazon.com; www.bn.com Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: Trecho Índice |
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