São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Prefuse 73 mostra hip hop "reflexivo"

Produtor norte-americano Guillermo Scott Herren se apresenta em São Paulo e Recife com seu projeto e prepara álbum duplo

Em seus trabalhos, produtor, que é fã de música brasileira, usa influências de jazz, rap e rock, em sons sampleados e "orgânicos"

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA

Onde começa e termina o jazz, o rap ou o rock. Nos trabalhos do produtor norte-americano Guillermo Scott Herren é impossível determinar -e, em tempos como os nossos, isso também não tem lá muita importância. Suas músicas são colagens precisas de sons sampleados e "orgânicos", que, ao vivo, instigam e impressionam, como o fez com seu projeto mais famoso, o Prefuse 73, numa apresentação memorável na primeira (e única) edição paulistana do festival espanhol Sónar, em 2004.
Como a maioria dos gringos que tocam aqui, Herren também se encantou pelo público brasileiro, "num dos melhores shows de sua vida", e volta ao país para performances em São Paulo (13/9) e Recife (14/9), onde ele é atração do festival No Ar Coquetel Molotov.
Além da platéia, Herren também diz ser um empolgado fã da música brasileira. "Gosto de tudo. Da velha psicodelia até o que os mais jovens estão fazendo agora", diz à Folha.

Sintético
Prefuse 73, que ele caracteriza como um "hip hop reflexivo", é o trabalho mais conhecido de Herren, com o qual o produtor conquistou a crítica musical e se tornou habitué de festivais no mundo todo. O principal motivo disso é a apurada produção, que leva ao extremo a técnica de recorte e colagem desenvolvida por artistas que são referência para ele, como o americano DJ Shadow.
"Comecei a tocar instrumentos "orgânicos" quando ainda era criança", lembra. "Mas, no início dos anos 90, passei a trabalhar com máquinas, nas primeiras produções de "Dirty South" hip hop em Atlanta, criando "beats" para vários grupos. Por isso, muito do Prefuse tem como base as máquinas."
O nome, segundo Herren, vem do termo "pre-fusion", ou o jazz feito por músicos como Alice Coltrane ou Pharoah Sanders, entre 1968 e 1973. Por isso é que, apesar de Prefuse ser seu codinome mais ligado ao rap, há muito da improvisação do jazz e do pós-rock.

Muitas faces
Mas Scott Herren tem muitas outras personalidades, além de dezenas de parcerias (leia no quadro ao lado). Ele lançou seu primeiro disco, "Sleep Method Suite", em 1997, assinado como Delarosa & Asora, persona que também abusa das técnicas de estúdio, para logo em seguida mostrar sua habilidade com os instrumentos no latino Savath & Savalas -alcunha sob a qual fez o terceiro disco neste ano, "Golden Pollen", onde também estreou como cantor.
Depois de uma breve pausa nas produções como Prefuse, cujo CD mais recente é de 2006, Herren lança em outubro "Preparations", álbum duplo que terá um disco de "beats" e outro, "Ensemble", do que ele chama de "música clássica moderna". "Passei o ano todo ouvindo trilhas sonoras e compositores mais do que qualquer outra coisa. Realmente não sei como descrever o segundo CD."
Os shows do Brasil, que ele faz acompanhado pelos parceiros Marcus Evans e Rasheed, terão como base os sons de Prefuse, além de muita improvisação. "Tocar ao vivo é improvisar", fala Herren. "Quando esse elemento está excluído, não há empolgação. Sem improvisação não há conexão emocional para tocar noite após noite."


PREFUSE 73
Quando:
dia 13, às 21h (SP), e 14/9, às 20h (PE)
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, Lapa, tel. 0/xx/11/3871-7700); Centro de Convenções da UFPE (Cidade Universitária, Recife)
Quanto: R$ 8 a R$ 20 (SP) e R$ 10 e R$ 20 (PE)


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