ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO

Reinaugurada no começo de setembro deste ano, depois de uma reforma para a sua revitalização, a praça do Patriarca vê hoje a reabertura da galeria Prestes Maia, sob a administração do Masp desde 2000 e fechada durante a reforma da praça.
Gregório Gruber, 50, mostra ali e no Espaço Cultural da BM&F 75 obras, com curadoria de Rose Carmona, que retratam São Paulo, em especial o Centro, sendo a mais antiga delas um desenho feito pelo artista aos nove anos ("Maremoto em SP", de 1961).
"Morei no Centro dos 9 aos 17 anos, rodava muito nesse perímetro", diz Gruber. "Tenho predileção por horas mais tranquilas. A cidade é mais um personagem, é a protagonista, por isso as pessoas estão ausentes. É uma cidade nua", explica o artista plástico.
Em seus 30 anos de trajetória, Gruber aponta temas recorrentes, além da cidade em si, como o das enchentes, retratado tanto no trabalho mais antigo da mostra quanto em obras mais recentes, como "Enchente", de 1988, com o Anhangabaú inundado, e produções dos anos 2000 e 2001 que mostram a rua Líbero Badaró, a Álvaro de Carvalho e o viaduto do Chá sob a chuva. O tema fascina Gregório a tal ponto que ele tem até uma "pasta só de enchentes", com recortes de jornais e fotos sobre o tema.
A escada rolante da galeria Prestes Maia, retratada em "Galeria Prestes Maia I e II" (trabalhos que estavam "escondidos", segundo Gregório), fica exposta, no entanto, no espaço da BM&F. "É para remeter uma coisa à outra", justifica o artista. "Quem estiver aqui vai ter curiosidade de ir lá."
O Masp Centro, assim como a praça, também deve passar por reformas, com um projeto do arquiteto Júlio Neves, diretor-presidente do Masp, que prevê a adaptação do prédio para deficientes, a instalação de ar-condicionado e a inauguração de um café, um auditório e uma biblioteca. Segundo o diretor da unidade do Centro, Manoel Pires da Costa, a reforma já foi aprovada pela Emurb, pelo Condephaat e pelo Conpresp e deverá custar cerca de US$ 1,5 milhão (R$ 5,7 milhões).