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Esvaziada, Bienal de Arquitetura abre hoje
Desistência de curador-geral expôs crise interna da organização da 8ª edição
Raro destaque de mostra
no Ibirapuera recai sobre representações nacionais, como as de Portugal, Holanda e França
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Alvar Aalto, Le Corbusier,
Zaha Hadid, Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas. Grandes nomes
que foram destaques da Bienal
de Arquitetura, nenhum deles
estará na 8ª edição do evento,
que é aberto hoje.
A organização também abdicou de outras "estrelas" e viveu,
às vésperas da inauguração,
uma forte crise interna.
O curador da Bienal, Bruno
Padovano, professor da FAU-USP, desistiu de coordenar a
edição no final de setembro. No
entanto, o nome dele ainda
consta na documentação oficial. "Quero que a Bienal dê certo, mas não sou mais o curador", disse.
A seção paulista do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil),
entidade organizadora da Bienal, indicou os arquitetos Liane
Makowski Almeida e Demétrio
Anastassakis para a diretoria-executiva do evento, que de fato gerencia a edição.
"Mas mantivemos grande
parte do que o Bruno planejou,
desde o tema, "Ecos Urbanos",
até a ênfase na sustentabilidade. Ele é o curador", afirmou à
Folha Almeida, que conduziu
anteontem a reportagem em
uma visita guiada.
Mais vazio que em outras
edições e sem salas especiais
dedicadas à obra de arquitetos
importantes, o pavilhão tem
como um isolado destaque o setor de representações nacionais. Portugal, Holanda e França apresentam boas mostras.
Os portugueses apresentam
uma original reunião de projetos de escolas feitos para Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e São Tomé e
Príncipe. Os escritórios deveriam apresentar projetos que
levassem em conta os materiais
locais e o uso sustentável.
"São projetos simples, que
estão muito distantes do espetáculo que se vê em Bienais pelo mundo", avalia Jorge Barreto Xavier, um dos organizadores da representação.
Já a Holanda tem curadoria
provocativa de Saskia van
Stein, destacado nome na área
-esteve à frente da exposição
na última Bienal de Arquitetura de Veneza. Ela reuniu projetos críticos ao consumismo
atual, desenhados por jovens
nomes. "Mirei o futuro. Os arquitetos aqui tem uma boa capacidade de articulação e um
grande espírito crítico", diz.
A representação francesa
apresenta um espaço com maquetes e televisões, também
exibido na Bienal de Veneza.
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