São Paulo, sábado, 31 de outubro de 2009

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Esvaziada, Bienal de Arquitetura abre hoje

Desistência de curador-geral expôs crise interna da organização da 8ª edição

Raro destaque de mostra no Ibirapuera recai sobre representações nacionais, como as de Portugal, Holanda e França


MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Alvar Aalto, Le Corbusier, Zaha Hadid, Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas. Grandes nomes que foram destaques da Bienal de Arquitetura, nenhum deles estará na 8ª edição do evento, que é aberto hoje.
A organização também abdicou de outras "estrelas" e viveu, às vésperas da inauguração, uma forte crise interna.
O curador da Bienal, Bruno Padovano, professor da FAU-USP, desistiu de coordenar a edição no final de setembro. No entanto, o nome dele ainda consta na documentação oficial. "Quero que a Bienal dê certo, mas não sou mais o curador", disse.
A seção paulista do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), entidade organizadora da Bienal, indicou os arquitetos Liane Makowski Almeida e Demétrio Anastassakis para a diretoria-executiva do evento, que de fato gerencia a edição.
"Mas mantivemos grande parte do que o Bruno planejou, desde o tema, "Ecos Urbanos", até a ênfase na sustentabilidade. Ele é o curador", afirmou à Folha Almeida, que conduziu anteontem a reportagem em uma visita guiada.
Mais vazio que em outras edições e sem salas especiais dedicadas à obra de arquitetos importantes, o pavilhão tem como um isolado destaque o setor de representações nacionais. Portugal, Holanda e França apresentam boas mostras.
Os portugueses apresentam uma original reunião de projetos de escolas feitos para Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Os escritórios deveriam apresentar projetos que levassem em conta os materiais locais e o uso sustentável.
"São projetos simples, que estão muito distantes do espetáculo que se vê em Bienais pelo mundo", avalia Jorge Barreto Xavier, um dos organizadores da representação.
Já a Holanda tem curadoria provocativa de Saskia van Stein, destacado nome na área -esteve à frente da exposição na última Bienal de Arquitetura de Veneza. Ela reuniu projetos críticos ao consumismo atual, desenhados por jovens nomes. "Mirei o futuro. Os arquitetos aqui tem uma boa capacidade de articulação e um grande espírito crítico", diz.
A representação francesa apresenta um espaço com maquetes e televisões, também exibido na Bienal de Veneza.


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